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Notícia sobre ameaça de ataque em São Mateus assusta comunidade escolar

Caso revela contradições e gerou troca de acusações entre servidor que teria feito as ameaças e o prefeito Daniel da Açaí

A notícia de uma suposta ameaça de ataque à Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Golfinho, em São Mateus, norte do Estado, deixou a comunidade escolar assustada. Teria partido de um servidor chamado Carlos Valfré, que trabalha na unidade de ensino e estaria insatisfeito em ter que retornar ao local de trabalho de origem, que é a Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Transporte. O fato, porém, revela contradições e gerou uma guerra de declarações entre ele e o prefeito Daniel da Açaí (sem partido).

O prefeito, em entrevista à rádio Kairós, afirmou que o trabalhador tem ameaçado secretários e servidores, “falando pelos cantos, na rua, na escola”. Uma das pessoas que teria sido ameaçada, segundo o gestor, foi a secretária de Defesa Social, Danúbia dos Santos Henriques, com “ameaças de tudo quanto é jeito”, mas o prefeito não especificou quais.

“Não vamos aceitar esse tipo de coisa. Fascismo em São Mateus, nunca. Essa célula aqui a gente não vai deixar”, disse. O prefeito relata que “as crianças saíram chorando [da escola] porque saiu essa conversa [sobre as ameaças]” e que já tem um Processo Administrativo Disciplinar [PAD] aberto contra o servidor. Daniel da Açaí prossegue dizendo que Carlos Valfré é “covarde”, um “fascista que quer aparecer”, e “não tem que ficar procurando criança em escola”. “Tem que procurar o prefeito. Manda me procurar que vou mostrar o que ele tem feito de errado”, destaca.
Durante a entrevista, para tranquilizar a comunidade escolar, a subsecretária de Educação, Renata Zanetti, afirmou que não houve invasão à escola, ao contrário das informações que circulavam na cidade. “O susto é muito grande, o medo é muito grande, e isso é compreensível no momento em que estamos vivendo”, disse.
Carlos Valfré também foi entrevistado pela rádio. Negou que tenha feito ameaças e denunciou que vem sendo perseguido pelo prefeito e por secretários. Afirmou ser “cidadão de bem” e que não representa “ameaça para a sociedade nem para as crianças”. Fez acusações contra o prefeito dizendo que em seu governo “o patrimônio público de São Mateus foi todo roubado”, o chamou de “liso” e disse que irá formalizar denúncia no Ministério Público Estadual (MPES).
Em nota enviada para Século Diário, a Polícia Militar (PM) afirmou que foi acionada pela secretária de Educação de São Mateus e pela diretora da unidade de ensino, pois a diretora tomou conhecimento de que o servidor “poderia estar portando arma de fogo para intimidar os professores que ali trabalhavam”. Ainda de acordo com a PM, “buscas foram realizadas e o homem foi abordado a algumas ruas da instituição de ensino. Nada de ilícito foi encontrado com o mesmo. O homem se manteve pacífico a todo momento e se comprometeu a não comparecer novamente na escola. A PM tem mantido o patrulhamento preventivo na entrada e saída dos estudantes, para garantir a segurança de professores e alunos”.

Aracruz

A notícia das supostas ameaças em São Mateus circulou em um contexto em que a população capixaba se encontra aterrorizada com os ataques ocorridos em duas escolas em Aracruz, norte do Estado, nessa sexta-feira (25). Protagonizados por um adolescente de 16 anos, os ataques começaram na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz, onde o atirador havia estudado até junho deste ano.

Após arrombar o cadeado, ele invadiu a escola e acessou a sala dos professores e depois outras salas. Em seguida, entrou em um carro da família, o mesmo que utilizou para ir na Primo Bitti, para ir até uma escola de gestão privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde efetuou mais disparos, deixando outras vítimas. Até o momento há quatro vítimas fatais e houve ao menos nove feridos, cinco ainda hospitalizados.

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