Em meio ao caos provocado pelas fortes chuvas que castigam o Estado há mais de uma semana, os soldados do Corpo de Bombeiros Militar são a principal tábua de salvação da população que necessita de ajuda e cuidados. Durante o período de chuvas, todo o efetivo da corporação foi convocado e trabalham em escala de 24 horas de trabalho por 24 de descanso, em prontidão, o que reforça a reivindicação da categoria por valorização e reconhecimento.
Há poucos dias, os bombeiros protagonizaram uma série de protestos contra a reestruturação do plano de cargos e salários da categoria, que não beneficiaria os praças da polícia e bombeiro militar.
Depois de muito negociarem, os praças conseguiram que o governo voltasse às pressas à mesa de negociação e reformulasse, pelo menos, parte da reestruturação da tabela de subsídios, de forma que não ficassem tão prejudicados, principalmente diante dos oficiais. Com isso, na última quinta-feira (19), em sessão extraordinária, a Assembleia Legislativa aprovou a alteração na tabela, que ainda não contempla os praças, mas é um avanço em relação à primeira proposta.
Entre as mudanças previstas, está a redução das referências da tabela salarial, que permitem aos militares progredirem horizontalmente. O projeto prevê que as referências, hoje 17, serão reduzidas para 15 em 2015. Segundo o governo, atualmente, atinge-se a última referência quem tem acima de 33 anos de tempo de efetivo serviço. Com a mudança, chegará à última referência o militar com mais de 29 de anos de serviço.
O reajuste no salário dos praças da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar, no entanto, ficou, no fim das contas, em R$ 17. Esse valor, nem de longe, faz frente à valorização almejada pela categoria, que fica ainda mais latente neste período de fortes chuvas.
O ex-deputado federal Capitão Assumção (SDD), que foi soldado do Corpo de Bombeiros, usou o perfil no Twitter para lembrar da necessidade de valorização da categoria. Nesse domingo (22), ele lembrou que os bombeiros são voluntariosos por vocação e que trabalham por amor ao Estado.
O capitão salientou, ainda, que independentemente do aumento de R$ 17, os bombeiros não precisam de falsa motivação, já que estão empenhados neste momento de dor e trabalham por desprovimento, não por politicagem.
O ex-parlamentar lembrou que o governador Renato Casagrande foi vaiado na formatura dos soldados da Polícia Militar, ocorrida na última semana, mas não nesse domingo, no Quartel do Comando Geral (QCG) dos bombeiros porque o regimento não permite, mas que a vaia ficou guardada para o momento oportuno. “Bombeiros têm mais o que fazer agora salvando vidas no ES”, finalizou ele.