Cerca de 500 garis protestam em Vitória por retomada de negociações
Os trabalhadores de limpeza urbana, funcionários de empresas que têm contratos com prefeituras de todo o Estado, realizaram uma manifestação na tarde desta sexta-feira (10) em Vitória. Cerca de 500 profissionais se concentraram no Centro Esportivo Tancredo de Almeida Neves, conhecido como Tancredão, no bairro Mário Cypreste, e seguiram em caminhada até o Palácio da Fonte Grande, sede administrativa do governo do Estado, no Centro da Capital.
Os garis deflagraram greve nessa quinta-feira (9) - por tempo indeterminado -, com a adesão de profissionais de dez municípios: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari, Anchieta e Marataízes, no sul do Estado; Linhares, no norte; e Colatina, na região noroeste.
No Palácio, os trabalhadores protocolaram ofício pedindo a atuação política do governador Paulo Hartung (PMDB) com os prefeitos para que as reivindicações da categoria sejam ouvidas e que haja negociação.
A manifestação também teve o objetivo de alertar a sociedade para as demissões em massa que vêm ocorrendo, como em Vila Velha, sobrecarregando os garis e coletores, e comprometendo a limpeza e a saúde pública.
Liminar
Na tarde desta sexta-feira o Sindilimpe foi notificado acerca de uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho no Estado (TRT-ES) declarando a ilegalidade da greve. Neste sábado (12), os diretores da entidade vão percorrer as bases realizando assembleias com os trabalhadores e orientando para o cumprimento da medida. A decisão, no entanto, é da categoria que é soberana.
O presidente do Sindilimpe-ES, Ailton Dias, ressaltou a importância do serviço feito pelos trabalhadores. “A liminar argumenta que é preciso atender a uma necessidade essencial da população. A Justiça reconhece que prestamos um serviço essencial, mas as empresas e as prefeituras parecem não compartilhar da mesma opinião, já que não oferecem um aumento salarial condizente com a importância do trabalho que fazemos e do qual depende a saúde da população”, disse.
Impasse
O impasse nas negociações surgiu no dia 1 de abril, em uma reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Espírito Santo (Sindilimpe-ES) e as 25 empresas que atuam no setor no Estado, realizada na Superintendência Regional do Trabalho (SRTE). A categoria cedeu no seu pedido inicial, reduzindo o percentual de aumento nos salários de 12% para 8%, e o valor do auxílio-alimentação de R$ 500 para R$ 460, mas os empresários não quiseram negociar. Na assembleia que deflagrou a greve, os profissionais recusaram a proposta de 5,26% de reajuste nos salários e no auxílio-alimentação.
O presidente do sindicato, Ailton Dias, ressalta que a categoria está aberta às negociações, mas que os empresários não querem ceder. “Nós já cedemos no pedido que fizemos inicialmente, mas se o outro lado não ceder em nada, fica difícil fechar um acordo coletivo”, disse.
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