O último ato público do Julho de Lutas, promovido pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Estado (Fespes), ocorreu na tarde desta sexta-feira (21) em frente ao Edifício Fábio Ruschi, sede da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) com distribuição de chuchus para a população, em mais uma edição do “Arraiá da Injustiça”.
Os servidores públicos estaduais subiram o tom contra o congelamento dos salários e a falta de concursos públicos. Os servidores estão há três anos sem qualquer reajuste salarial ou revisão anual dos vencimentos, sendo que a revisão é um direito constitucional e deve ser feito anualmente com a correção da inflação.
O governo, inclusive, adiantou em reunião com os servidores no mês de junho que não haverá revisão novamente em 2017, o que deixou as categorias ainda mais insatisfeitas.
Além da falta de reajuste e de revisão geral, os servidores protestam contra a falta de condições de trabalho em órgãos e autarquias do governo. A situação precária do atendimento à saúde, nos setores que ainda não foram terceirizados, também foi discutido no ato público.
Nesta semana, o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES) divulgou os relatórios de inspeções feitas em escritórios do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Laranja da Terra, na região serrana, Ecoporanga e Barra de São Francisco, no noroeste; do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) de Ecoporanga; e a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Barra de São Francisco que constataram a precariedade das edificações e os riscos que os servidores correm atuando nestes locais.
Os problemas apontados como mais comuns são rachaduras nas paredes, mofo e infiltrações, falta de acessibilidade, de mangueiras e extintores de incêndio e fiação exposta.
Na Ciretran de Barra de São Francisco, os servidores manipulam produtos químicos sem Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que não são fornecidos pelo Estado, e fazem vistorias nos carros em uma avenida movimentada.
A situação de precariedade se repete também em hospitais, inclusive naqueles entregues à administração de Organizações Sociais (OS), como o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Heue), em Vitória. Uma vistoria da Comissão de Direitos Humanos da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) constatou diversas irregularidades no Heue e no Hospital Infantil de Vitória.
As representantes da comissão constataram que, apesar do esforço dos profissionais de saúde do Hospital Infantil, a situação é calamitosa na unidade.
No Heue faltam leitos de leitos de retaguarda na enfermaria para acomodar toda a demanda recebida. A rede básica, conhecida como Pronto Atendimento (PA), não funciona de maneira eficiente.