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‘Não vamos abrir mão do processo de mobilização e pressão’

Iran Caetano, presidente do Sindipúblicos, fala sobre luta de servidores públicos na nova gestão de Casagrande

No período eleitoral de 2022, especialmente no segundo turno, o governador Renato Casagrande (PSB), até então candidato a reeleição, ampliou o debate que era cobrado por muitos movimentos sociais e sindicais. O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos) foi um dos que foi convidado para dialogar e apresentar suas propostas. A expectativa é que seja aberta uma mesa permanente de diálogo entre governo e sindicato sobre questões do serviço público e servidores, conforme prometido pelo governador, como afirma o presidente do Sindipúblicos, Iran Caetano.

“O sindicato está preparando o lançamento da campanha salarial e nossa meta é mobilizar a categoria para fazer os processos de pressão que a gente considera importantes. Viemos construindo essa campanha desde o ano passado e não vamos abrir mão dos processos de mobilização e pressão”, afirma o líder sindical, indicando que o mesmo ocorrerá independente do maior ou menor diálogo que o governo esteja disposto. Ele aponta que estudos feito pelo Sindipúblicos em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam perdas salariais na casa de 53% para os servidores desde 2003.

Luta para recompor perdas dos últimos anos continuará, segundo Iran Caetano. Foto: Lucas S. Costa/Ales

Segundo Iran Caetano, o reajuste obtido em 2019 pelo governo estadual foi praticamente neutralizado pela Reforma da Previdência, que aumentou a alíquota de contribuição previdenciária. Em 2020 e 2021, em momento de pandemia, a Lei 173/2020 congelou salários, benefícios e promoção de servidores.

A pauta dos servidores está na mesa do governador desde 13 de setembro do ano passado, quando foi entregue pelo sindicato, apresentando as principais questões da categoria levantadas em congresso realizada no mês anterior. Também figuram questões como o auxílio alimentação, em que o valor oferecido pelo executivo capixaba é o mais baixo entre todos os poderes, valores das diárias de viagem e reformulações relacionadas com a aposentadoria para algumas carreiras.

“A Seger [Secretaria de Gestão e Recursos Humanos] precisa aprofundar algumas pautas com as diversas categorias específicas. Além de pautas gerais. O valor de diárias, por exemplo, está em torno de R$ 110. O servidor ou se alimenta ou pernoita. Muitos acabam indo e vindo no mesmo dia, é um problema, podem acabar se expondo a riscos de acidentes. São questões que o governo ficou de retornar e estamos cobrando insistentemente”, diz o presidente do Sindipúblicos.

Representantes dos Sindipúblicos entregaram as reivindicações da categoria a Casagrande após seu Congresso. Foto: Sindipúblicos-ES

Ele reafirma que o sindicato atua de maneira autônoma e independente e que durante o período eleitoral apresentou sua pauta a todos candidatos ao governo do estado por meio de um questionário para as campanhas responderem. No segundo turno, a coordenação de campanha de Casagrande foi a única que procurou a entidade para rodadas de conversa.

Também na reta final, várias centrais sindicais se reuniram com o governador para apresentar sua pauta mais ampla, cobrando recomposição das perdas e recebendo o compromisso com a manutenção do Banestes e da Cesan públicos. “As centrais sindicais entenderam que havia um risco muito grande colocado na eleição a partir do momento em que Casagrande foi para o segundo turno com um candidato que tinha na sua agenda a previsão de um secretário de Fazenda colocado como um ‘Paulo Guedes’ local. A gente teve experiência desastrosa no governo federal de ataque, desvalorização e sucateamento do serviço público”, analisa.

“Essa agenda neoliberal proposta pelo outro candidato acendeu o sinal de alerta nas entidades sindicais, por isso a grande maioria aderiu ao projeto de reeleição de Casagrande. Mas isso se dá sem perder autonomia e independência, porque a gente sabe que o governo é sempre um campo de disputa e vamos continuar organizados e mobilizados para cobrar que os compromissos de campanha sejam mantidos”, conclui o servidor.

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