Quinta, 25 Abril 2024

'Nós também merecemos respeito dos deputados e do governador Paulo Hartung'

'Nós também merecemos respeito dos deputados e do governador Paulo Hartung'
A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado (Sindsaúde-ES), Geiza Pinheiro Quaresma, foi à Tribuna Livre da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (9) para relatar o descaso do governo com a área. Ela falou sobre o caos na saúde pública estadual e o descaso com a população que busca os serviços e com os servidores que atuam no sistema.



Geiza iniciou a explanação apresentando um vídeo com um compilado de imagens que representam o atual estado da saúde, com corredores lotados de pacientes, lixo hospitalar ao lado de macas, crianças sendo medicadas no colo das mães e pessoas sendo entubadas no chão. Ela questionou os deputados presentes sobre as condições de prestar um bom atendimento diante de tanto abandono.



O sindicalista também ressaltou que existe uma imensa demanda reprimida por consultas e exames na rede pública estadual; faltam leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o que aumenta a mortalidade de pacientes; e, como se não bastassem estes fatores, as condições de trabalho dos profissionais do setor são precárias. “Para conseguirmos manter o esforço dos profissionais precisamos ser cuidados, mas estamos abandonados pelo governo”, disse Geiza.



A presidente do Sindsaúde acrescentou que, além de atuarem em condições precárias, os servidores estão sem a revisão salarial e sem receber o adicional por insalubridade. Ela fez um apelo aos deputados para que olhem para os profissionais como servidores e não somente como eleitores. “Nós também merecemos respeito dos deputados e do governador Paulo Hartung”.



A sindicalista apontou que os servidores criaram o Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Fespes) para manter diálogo com o governo, mas são só os servidores que apresentam propostas, com contrapartida do executivo estadual. Geiza acrescentou que no ano passado, através do deputado estadual Gilsinho Lopes (PR), começaram as discussões em torno do auxílio-alimentação – que também é negado aos servidores –, os sindicatos que representam os trabalhadores ganharam ações na Justiça determinando o pagamento do auxílio e a própria Procuradoria Geral do Estado (PGE) deu parecer atestou que é direito dos trabalhadores, mas até o momento nada foi feito no sentido de reajustar o benefício. “Não estamos pedindo favor, queremos o que é nosso por direito, e nem isso o governador paga, apesar do parecer favorável da PGE”, disse ela, acrescentando que é difícil prestar um bom atendimento quando os servidores também são abandonados pelo sistema.



Reivindicações



Geiza disse, durante o pronunciamento na Tribuna Livre da Assembleia, que os servidores lutam pela definição de uma data-base, que é estabelecida pela Constituição Federal, além da reposição salarial. “Queremos que o governo cumpra a lei e que sente para dialogar”.



Ela disse que os servidores sabem da dificuldade que o País enfrenta, mas que este não é o caso do Estado, já que o governo tem condições de dialogar com as categorias e evitar as paralisações. Geiza ressaltou que tem conversado com os servidores, porque o desejo das categorias é a deflagração de uma greve geral. No entanto, o Fespes vai promover um “apagão” nos serviços públicos entre os dias 15 e 18 de setembro.



A situação de silêncio do governador Paulo Hartung chegou a tal ponto que os servidores tiveram de sair às ruas, vestidos com a camiseta amarela em alusão à campanha “Hartung, esse abraço eu não quero”, do Fespes, para mostrar para a população que o governo não dialoga com os servidores públicos.



No fim do pronunciamento, Geiza pediu aos deputados que façam a interlocução dos servidores com o governo, já que o Plenário tem uma grande bancada governista.



Reações



O deputado Sérgio Majeski (PSDB) parabenizou Geiza, se colocando à disposição da categoria para ajudar no que for possível.



No entanto, o deputado Guerino Zanon (PMDB) tentou justificar o momento atual apontando que a questão orçamentária é administrativa e quem está no governo precisa ter juízo para não colocar o Estado ainda mais no “fundo do poço”. Ele usou o mesmo discurso da crise utilizado pelo governo para não atender às reivindicações, dizendo que ela está instalada. “Se o governo mostrar a situação do Estado, tenho certeza que os servidores entenderão”, disse ele.  

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