Três trabalhadores da plataforma P-57 e 10 da P-58 testaram positivo para a Covid-19 e se encontram isolados no ambiente de trabalho, situação que está sendo questionada pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES). A entidade sindical reivindicou, por meio de ofício encaminhado para a estatal, que eles sejam desembarcados e recebam os atendimentos médicos necessários, mas a empresa se limitou a responder informalmente que faltam aeronaves para retirá-los de lá.
O argumento da Petrobras não convenceu o sindicato, conforme afirma o coordenador geral do Sindipetro/ES, Valnísio Hoffmann. “As pessoas continuam embarcando na plataforma. Como que tem aeronave para fazer embarcar, mas não tem para desembarcar?”, questiona.
No ofício, a entidade também aponta a necessidade de testagem das pessoas que tiveram contato com os petroleiros infectados. Hoffmann relata que elas foram testadas no último domingo (16), quando foram confirmados alguns dos casos de Covid-19 entre os trabalhadores. Entretanto, destaca o coordenador geral do sindicato, é preciso testar novamente, pois pode ter acontecido de, na testagem feita, a doença não ter sido detectada por não haver ainda se manifestado.
A preocupação é de que elas possam estar assintomáticas e transmitindo a Covid-19 para outras pessoas que se encontram na plataforma, um ambiente, conforme afirma Hoffmann, que pode propiciar a expansão da doença com mais facilidade por contar com cerca de 150 trabalhadores em um espaço com ar condicionando central.
Os trabalhadores não descartam a possibilidade de realização de uma Greve Sanitária caso o desembarque dos infectados e a testagem não ocorra. O jurídico do Sindipetro/ES também irá ingressar com uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT), “contra essa atitude irresponsável, que coloca a saúde dos trabalhadores e familiares em risco”, diz Hoffmann.
Entretanto, a estatal negou o pedido feito pelo sindicato, que, diante da recusa, pagou os testes e se disponibilizou a arcar com as despesas de hotel.
“A recusa da Petrobras é um descaso com a saúde dos trabalhadores. Não houve preocupação com as famílias deles, não foi levado em consideração que, caso estejam infectados, esses petroleiros poderiam levar a doença para suas famílias”, disse Hoffmann na ocasião.