Além de ocuparem a Avenida Santa Leopoldina, onde se localiza a prefeitura, os servidores também entraram na prefeitura e protestaram contra a intransigência do prefeito Rodney Miranda (DEM) em negociar com as categorias.
A greve em Vila Velha foi deflagrada pela Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha, que congrega nove sindicatos que representam trabalhadores. A defasagem salarial é tão grande que alguns servidores chegam a receber menos de um salário mínimo.
Somente em 2015 foram seis negociações entre representantes dos nove sindicatos que compõem a Frente e a prefeitura, sem qualquer avanço. Na única reunião realizada em 2016, a prefeitura propôs um prêmio incentivo, que foi considerado um “cala-boca” pelos sindicatos, já que o servidor perderia direito ao benefício mesmo que apresentasse atestado médico.
Os servidores pleiteiam reposições das perdas salariais no índice de 37,4% e auxílio alimentação no valor de R$ 400 para todos os trabalhadores.
Durante todo o ano passado, a prefeitura alegou que não havia dinheiro em caixa para repor as perdas salariais dos servidores, mas os salários dos secretários aumentaram em 55% e do prefeito e vice-prefeito em 25% somente no mandato de Rodney Miranda (DEM).
A greve foi aprovada pelos servidores presentes à assembleia realizada na última terça-feira (22), por unanimidade. As entidades que compõem a frente sindical produziram um site que vai divulgar as ações para os dias de paralisação.
A frente é composta pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Vila Velha (Sinfais), pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindifenfermeiros), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado (Sinfes), Sindicato dos Odontologistas do Estado (Sinodonto-ES), Sindicato dos Psicólogos do Estado (Sindpsi), Sindicato dos Técnicos em Higiene Bucal do Estado (Sindsaudebucal), Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito do Estado (Sigmates), Sindicato dos Nutricionistas do Estado (Sindinutri) e Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Estado (Sitaen).
Vitória
Os servidores públicos de Vitória, que também estão no segundo dia de greve, armaram acampamento no saguão da sede da prefeitura, no bairro Bento Ferreira.
Esta terça-feira foi dedicada à mobilização de servidores, com destacamento de trabalhadores para irem aos locais de trabalho e angariar adesões.
A greve engloba servidores da administração direta, os da saúde, da educação e da segurança do município.Os servidores estão há dois anos sem reajuste salarial e as perdas históricas das categorias já estão em 130%. Ainda assim, o executivo alega que a queda na arrecadação impossibilita a concessão de reajuste, mas no início do mandato do prefeito Luciano Rezende (PPS) houve reajuste em 40% para o secretariado e, somente no pagamento de servidores em cargos comissionados, o gasto é de R$ 2 milhões mensais.
Além da falta de reajuste, os servidores reclamam dos baixos investimentos em equipamentos públicos para o atendimento à população, que tem comprometido a qualidade dos serviços. Os servidores alegam que faltam desde o fornecimento de medicamentos nas unidades de saúde até merendas nas escolas, além de profissionais para suprir a defasagem de servidores nos locais de trabalho.
Os servidores também cobram o pagamento da progressão de carreira das categorias, que é o acréscimo nos salários referente às especializações de cada servidor. Desde 2014 esta progressão não vem sendo concedida