Sindicatos de várias categorias de trabalhadores, estudantes, movimentos sociais fazem protesto nesta quarta-feira (15), no Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas Previdenciária e Trabalhista propostas pelo governo federal. Há atos programados para as 26 capitais brasileiras e Distrito Federal.
Em Vitória, sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) se concentram a partir das 7h, na praça de Goiabeiras, e seguem em passeata até o aeroporto. O Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas Previdenciária e Trabalhista.
Um dos sindicatos que puxa o protesto é o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), que apóia a convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Os trabalhadores protestam contra o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 65 anos e a definição de tempo de contribuição em 49 anos para receber o benefício integral. Também não aceitam as mudanças nas regras da aposentadoria de trabalhadores rurais e dos professores, medidas que, segundo os sindicatos, acentuam as desigualdades sociais.
Os trabalhadores também vão às ruas para dizer que não aceitará mudanças na legislação que vão transformar o atual contrato de trabalho em “contrato de bico, inseguro, intermitente, precário e mal-remunerado”.
Policiais contra a reforma
A União dos Policiais do Brasil (UPB), que reúne as categorias de segurança pública do Brasil, faz, também nesta quarta-feira (15) assembleia unificada com todas as categorias policiais para discutir a manutenção da atividade de risco policial contida na Constituição Federal na reforma da Previdência.
No Espírito Santo, o ato acontece em frente à Assembleia Legislativa, em Vitória, às 10h, reunindo representantes policiais federais, rodoviários federais, civis e servidores penitenciários.
Este é o segundo ato nacional organizado pela UPB contra a reformas trabalhistas e da Previdência, previstas pela PEC 287/16, que ignora a atividade de risco. O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Espírito Santo (Sinpef-ES), Marcus Firme dos Reis, afirma que a revogação da atividade de risco afeta, diretamente, no País, cerca de 250 mil servidores da área de Segurança Pública. “Estamos nos mobilizando porque a reforma da Previdência não pode desconsiderar as peculiaridades da atividade policial. Se for aprovada da forma apresentada, pode ocorrer uma paralisação nacional da segurança pública”, adverte Firme dos Reis.
Outro aspecto ignorado pela PEC, além da atividade risco, é a expectativa de vida da categoria policial, que é hoje de cerca de 60 anos, significativamente mais baixa do que a do brasileiro, que está em 75 anos. Pelas novas regras propostas pela PEC da Reforma da Previdência, para obter aposentadoria integral, o policial terá que contribuir por 49 anos, aposentando-se próximo dos 70 anos de idade, o que excede a previsão de expectativa de vida dos profissionais.