Domingo, 05 Mai 2024

'Déjá-vu' partidário

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Leonardo Sá/Agência Câmara

Iniciadas ainda no ano passado, as negociações para federação entre o PP e União Brasil receberam reforço nesta semana, com previsão de fechar um acordo em breve, até o feriado do Carnaval. Na mesa de debates, em nível nacional, já estão questões como divisão de espaços nas comissões da Câmara dos Deputados e do Senado e ainda nas funções de lideranças no futuro bloco, válido até 2026, incluindo aí as executivas estaduais. No Espírito Santo, caso seja de fato efetivada, a mudança causará um "déjá-vu partidário", ao colocar novamente no mesmo campo o presidente estadual do União Brasil, Felipe Rigoni, e o casal Ferraço - deputado estadual Theodorico, reeleito, e a ex-deputada federal Norma Ayub, derrotada no último pleito. Com a chegada ao comando do União, resultado de outra fusão, do DEM, com o PSL, em costura que jogou para escanteio o atual vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB), somado à insistência em disputar o governo, Rigoni tirou de cena a família Ferraço e provocou uma debandada na legenda. No PP, foram parar justamente Theodorico e Norma. O processo agora em curso registra um detalhe a mais: o presidente do União capixaba saiu da condição de adversário para aliado do governador Renato Casagrande (PSB) e virou até seu secretário de Meio Ambiente. Em sentido contrário, Theodorico está entalado com a gestão estadual e já sinalizou guerra, como efeito das interferências na eleição à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que eliminaram seu candidato, Vandinho Leite (PSDB). A salada política que já existe no PP, com quadros e apoios pra lá de antagônicos, ganhará agora novos ingredientes. Resta saber se virá junto a indigestão.

'Superbancada'
Informações da Coluna Estadão apontam que os atuais presidentes nacionais das legendas, Ciro Nogueira (PP-PI) e Luciano Bivar (União-PE), seguirão nas funções. A sociedade partidária valerá principalmente para assuntos legislativos, fazendo frente ao PL de Bolsonaro, maior bancada da Câmara, e ao PT, de Lula. O acordo somará 107 deputados federais, dois deles do Espírito Santo: Da Vitória e Evair de Melo.

Tamanho
Na Assembleia Legislativa, o PP, que tem Theodorico e Raquel Lessa, se uniria a dois deputados do União, Denninho Silva e Dr. Bruno Resende, atingindo mesmo tamanho do Republicanos. A maior bancada, do PL, tem cinco parlamentares.

Futuro
As regras já definidas da federação terão seu primeiro teste em 2024, priorizando a reeleição dos atuais prefeitos de cada partido. No caso das próximas disputas proporcionais, os focos serão os mais votados no ano passado e que tentarão a reeleição.

Mãos abanando
Além do clã Ferraço, deixaram o partido assumido por Rigoni os então deputados estaduais Alexandre Quintino (PDT) e Torino Marques e o também reeleito, assim como Theodorico, José Esmeraldo (PDT). Na Câmara Federal, pularam fora Soraya Manato (PTB) e Norma (PP), ambas derrotadas. O União não teve quase nada a apresentar na disputa e saiu de mãos abanando.

Encorpou
Já o PP deu um salto. Agregou o casal que comandava o DEM, o coordenador da bancada capixaba no Congresso Nacional, Da Vitória, a deputada estadual reeleita, Raquel Lessa, e ainda os que perderam, mas estão aí no mercado: Neucimar Fraga, Marcus Vicente, Marcos Madureira e Marcos Garcia. Os dois primeiros tentaram a Câmara, os outros a Assembleia.

2024
Nesse bolo, figurinhas repetidas também de disputas municipais, como Neucimar, que não desistiu ainda da Prefeitura de Vila Velha, e Norma Ayub, da gestão de Itapemirim.

Comando
Marcos Vicente, aliás, é "dono" do PP capixaba há anos. Aliadíssimo de Casagrande, retornou para o cargo de secretário de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano. Ou seja, está no mesmo time de Rigoni. Mas, caso se confirme a federação, quem largará o posto principal?

Comando II
Na experiência com a fusão DEM e PSL, Rigoni não aceitou deixar o bastão com Ricardo Ferraço e agiu por cima, pela Nacional. Agora, veremos!

Nas redes
"O carnaval é muito mais do que lazer; é também geração de emprego e renda. Segundo a própria Prefeitura de Vitória, deve movimentar até R$ 25 milhões (...) Por isso é tão importante que a prefeitura olhe para o carnaval como um investimento e garanta estrutura, não só para os desfiles das escolas de samba, como também para os blocos de rua e, claro, segurança para os foliões (...)". Karla Coser, vereadora de Vitória pelo PT.

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