Muitos dias depois do discurso indignado feito na Assembleia Legislativa pelo presidente estadual do PSDB, deputado Vandinho Leite, acusando o governo Renato Casagrande de ter nomeado o ex-vice-governador César Colnago “na marra” para um o cargo de assessor especial da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), permanece o mistério sobre os bastidores que culminaram no ato, bem como na decisão por sua anulação. O secretário de Governo, Tyago Hofman, para quem Vandinho apontou o dedo como o responsável pela articulação partidária que nomeou Colnago “sem seu consentimento”, apesar do bombardeiro, nada explicou. Nem mesmo Colnago, vice-presidente do ninho tucano, citado na imprensa pelo próprio secretário de Estado de Saúde, Nésio Fernandes, por ter se colocado à disposição da pasta – ele é médico. Das declarações de Vandinho até hoje, o que se sabe é que o ato de nomeação se tornou sem efeito, o que teria ocorrido a pedido de Colnago, mas também sem qualquer outra informação que pudesse desfazer um ruído tão significativo. Diante desse cenário, permanece, para todos os efeitos, a versão de Vandinho, de que a jogada foi uma tentativa de colocar a mão no PSDB e controlar seu mandato, responsável por sucessivas críticas ao governo. Quem cala…
Mergulho profundo II
O próprio Vandinho também não tocou mais assunto, até porque, o desfecho foi exatamente como gostaria. Na ocasião, ele questionou a Hofman: “E se Colnago não aceitar, vai ficar com a broca na mão, secretário?”. Pois é, ficou.
Que fim levou?
Outro assunto que também acabou morrendo, alvo de discurso de Vandinho contra o secretariado de Casagrande, foi a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a EDP Escelsa. Ele acusou, em agosto, Davi Diniz (Casa Civil) de fazer lobby pela retirada das assinaturas dos deputados, que já somavam 21. Ficou por aí mesmo.
Articulação
O PSL, do ex-deputado federal Carlos Manato, realiza encontro na noite desta sexta-feira em Anchieta (sul do Estado) que deve marcar o convite oficial de filiação e projeto de lançar o vereador Alexandre Assad como candidato a prefeito pelo partido em 2020. Assad, porém, é filiado ao Republicanos, e só poderá migrar na janela partidária, para não correr o risco de perder o mandato.
Articulação II
São esperados, para o evento, além de Manato, a “tropa PSL” formada pela deputada federal Soraya Manato e os estaduais Capitão Assumção, Torino Marques, Danilo Bahiense e Alexandre Quintino.
Visita?
A propósito, outro dia, ao repetir em suas redes sociais publicação do presidente Jair Bolsonaro comunicando autorização para obras na BR-101, Manato sinalizou: “aguardamos em breve sua visita”. A conferir!
Palanque em construção
Já em Cariacica, o PSD entregou ao vereador Celso Andreon a missão de articular o pleito de 2020. Ele saiu do PRTB, assumiu o diretório municipal do novo partido, e se diz no páreo para disputar a prefeitura.
Adversários
Celso é irmão do ex-vereador Saulo Andreon, apresentado pelo grupo da governadora interina Jaqueline Moraes como possível aposta do PSB no município. Mas com tanto gás colocado por Renato Casagrande em sua vice, tem gente que não se convenceu até agora de que ela não será a cabeça de chapa.
Pressão
Os servidores públicos do Estado realizam sua terceira grande assembleia geral unificada na próxima segunda-feira (30), às 10h, na Praça do Cauê, em Vitória. Motivo: “falta de compromisso do governo estadual e a manutenção do falacioso discurso que nega a recomposição aos servidores”, como apontam entidades representativas. O ato, como se sabe, é parte do calendário de mobilizações que atinge em cheio a gestão Renato Casagrande.
Pressão II
A poucos dias do ato, o Sindipúblicos reforça suas críticas, apontando que o governo fechou o terceiro trimestre com um novo recorde de arrecadação, batendo a marca de R$ 1,6 bilhão livre em caixa. Apesar disso, se mantém irredutível em negociar a recomposição das perdas salariais (26,5% desde 2014), nem mesmo referente à inflação, como manda a Constituição.
PENSAMENTO:
“A moral é uma, os pecados são diferentes”. Machado de Assis