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‘Pobres’ homens!

Tropa do PL entra em cena para tentar livrar Gilvan. “Destaque” para Callegari…

Lucas S. Costa/Ales

Na “ressaca” política do julgamento desfavorável ao deputado federal Gilvan da Federal (PL) no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), parlamentares do PL entraram em cena nesta terça-feira (2) na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vitória, para tentar afastar a possibilidade de ser decretada a inelegibilidade do parlamentar, que responde por violência política de gênero contra a deputada estadual Camila Valadão (Psol). O papel foi desempenhado pelo deputado Callegari e pelos vereadores Dárcio Bracarense e Armandinho Fontoura, após três votos pela condenação, o que pode colocar em jogo oito anos de disputas eleitorais. O discurso que mais chamou atenção foi de Callegari, que colocou Gilvan como condenado apenas “pela coloração partidária, ideologia que defende, e por ser homem”. O deputado disse, ainda, que Camila se beneficiou dos “embates”, citando sua votação como a mulher mais votada da história da Assembleia Legislativa, e que a legislação brasileira é de “ódio aos homens”, “cada vez mais misândrica, que fere apenas um lado”, e que “toda jurisprudência é sempre para condenar os homens”. Para ele, as palavras de Gilvan foram, “talvez” – quem sabe! – “duras”, e que a inelegibilidade é “absurda” e “injusta”. “Pobre” Gilvan, “pobres” homens!

Resposta

Camila estava em plenário e rebateu as informações como inverídicas. “Não foram brigas nem disputas políticas, foi violência política de gênero, tipificado na legislação brasileira!”. Ela destacou que a “condenação vem tarde” e que passou dois anos sendo “ameaçada, desqualificada, xingada e interrompida” – ela e Gilvan eram vereadores na época.

Resposta II

Também protestou contra a “insinuação” de que os episódios foram positivos para sua carreira política. “Eu já tinha uma história antes, o que me deu voto foi não abaixar a cabeça diante de um homem me mandando calar a boca!”. “Antes mesmo, fui a segunda mais votada à Câmara” e “cheguei a essa Casa como a mais votada não é por mérito de homem que vem me agredir, e sim resultado do meu projeto político”, completou.  

Resposta III

A condenação é “necessária e justa”, ressalta, para então cravar: “imunidade parlamentar não é manto protetor de violências!”. Que venha a próxima sessão do TRE!

Escudos

Na Câmara, Dárcio e Armandinho receberam apoio de Davi Esmael (Republicanos) e Camillo Neves (PP). Os discursos dos vereadores do PL foram no sentido de “cerceamento” e “perseguição “– Dárcio falou até de ditadura militar – e “tirar da disputa aqueles que fazem uso da palavra”. A esquerda também entrou no jogo, como de costume. Armandinho mirou diretamente em Camila e chegou a apontar “mentira deslavada” da deputada.

Escudos II

Certa hora, Davi convocou os colegas de plenário a marcar até uma agenda com o TRE para “abertura” de diálogo, sob argumento de defender a “liberdade” e a “imunidade parlamentar”. Dárcio reforçou que a Câmara deveria se manifestar, mas o presidente, Anderson Goggi (Republicanos) apenas fez uma fala rápida da época que o caso passou por suas mãos – ele era corregedor – e foi arquivado.

Sem limite

A bem da verdade, os ataques de Gilvan a Camila no plenário eram corriqueiros e, por muitas vezes, passaram do limite do tolerável. E Gilvan é reincidente nessa prática com outras mulheres, inclusive também processado nesses casos – cito aqui a vereadora Karla Coser (PT) e a ex-vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB), atual secretária estadual das Mulheres.

Sem limite II

No processo de Camila, do atual julgamento, são citados episódios em que ele desinfetou a tribuna da Câmara; que a mandou calar a boca por várias vezes; e que a chamou de “satanista” e “assassina de bebê e crianças”.

Tamanho

Por falar em Goggi, com a nova filiação efetivada, após deixar o PP, o Republicanos passou a ter a maior bancada na Câmara, com quatro vereadores, contando o cargo de presidente – os outros são Davi, Luiz Emanuel Zouain e Aylton Dadalto. Goggi se articula para disputar a Assembleia Legislativa, assim como Davi Esmael, e Aylton, ainda em primeiro mandato, é cotado.

Dois senhores

O prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), continua, como já tratado aqui na coluna, “bicando” os dois grupos políticos antagônicos no Estado, do governador Renato Casagrande (PSB) e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Nessa segunda-feira (1), em visita a Vitória, veja bem…

Dois senhores II

…ele participou de evento com Casagrande e o candidato à sucessão, o vice Ricardo Ferraço (MDB), e também se reuniu com Pazolini e o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso. No comando do PSD no Estado, o apoio de Renzo muito interessa aos planos de ambos os lados.

Dois senhores III

No começo das articulações de 2026, o partido era considerado certo na aliança de Pazolini, mas Renzo se aproximou do bloco palaciano, o que tem inclusive rendido bons frutos em Colatina, com anúncios e obras. Um porém nessa história é a presença do ex-governador Paulo Hartung no PSD, entusiasta do palanque de Pazolini e adversário de Casagrande. Como acabará essa mistureba, hein?

Nas redes

“A gente sabe que o capixaba não tem tempo a perder. Por isso, cada entrega, cada investimento e cada decisão parte de um planejamento que evita erros do passado e mantém o Estado no trilho certo. O Espírito Santo é hoje um dos Estados que mais crescem no país, resultado de gestão responsável, contas equilibradas e ações que viraram referência nacional (…)”. Ricardo Ferraço e o discurso de campanha na ponta da língua.

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