Tropa do PL entra em cena para tentar livrar Gilvan. “Destaque” para Callegari…

Na “ressaca” política do julgamento desfavorável ao deputado federal Gilvan da Federal (PL) no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), parlamentares do PL entraram em cena nesta terça-feira (2) na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vitória, para tentar afastar a possibilidade de ser decretada a inelegibilidade do parlamentar, que responde por violência política de gênero contra a deputada estadual Camila Valadão (Psol). O papel foi desempenhado pelo deputado Callegari e pelos vereadores Dárcio Bracarense e Armandinho Fontoura, após três votos pela condenação, o que pode colocar em jogo oito anos de disputas eleitorais. O discurso que mais chamou atenção foi de Callegari, que colocou Gilvan como condenado apenas “pela coloração partidária, ideologia que defende, e por ser homem”. O deputado disse, ainda, que Camila se beneficiou dos “embates”, citando sua votação como a mulher mais votada da história da Assembleia Legislativa, e que a legislação brasileira é de “ódio aos homens”, “cada vez mais misândrica, que fere apenas um lado”, e que “toda jurisprudência é sempre para condenar os homens”. Para ele, as palavras de Gilvan foram, “talvez” – quem sabe! – “duras”, e que a inelegibilidade é “absurda” e “injusta”. “Pobre” Gilvan, “pobres” homens!
Resposta
Camila estava em plenário e rebateu as informações como inverídicas. “Não foram brigas nem disputas políticas, foi violência política de gênero, tipificado na legislação brasileira!”. Ela destacou que a “condenação vem tarde” e que passou dois anos sendo “ameaçada, desqualificada, xingada e interrompida” – ela e Gilvan eram vereadores na época.
Resposta II
Também protestou contra a “insinuação” de que os episódios foram positivos para sua carreira política. “Eu já tinha uma história antes, o que me deu voto foi não abaixar a cabeça diante de um homem me mandando calar a boca!”. “Antes mesmo, fui a segunda mais votada à Câmara” e “cheguei a essa Casa como a mais votada não é por mérito de homem que vem me agredir, e sim resultado do meu projeto político”, completou.
Resposta III
A condenação é “necessária e justa”, ressalta, para então cravar: “imunidade parlamentar não é manto protetor de violências!”. Que venha a próxima sessão do TRE!
Escudos
Na Câmara, Dárcio e Armandinho receberam apoio de Davi Esmael (Republicanos) e Camillo Neves (PP). Os discursos dos vereadores do PL foram no sentido de “cerceamento” e “perseguição “– Dárcio falou até de ditadura militar – e “tirar da disputa aqueles que fazem uso da palavra”. A esquerda também entrou no jogo, como de costume. Armandinho mirou diretamente em Camila e chegou a apontar “mentira deslavada” da deputada.
Escudos II
Certa hora, Davi convocou os colegas de plenário a marcar até uma agenda com o TRE para “abertura” de diálogo, sob argumento de defender a “liberdade” e a “imunidade parlamentar”. Dárcio reforçou que a Câmara deveria se manifestar, mas o presidente, Anderson Goggi (Republicanos) apenas fez uma fala rápida da época que o caso passou por suas mãos – ele era corregedor – e foi arquivado.
Sem limite
A bem da verdade, os ataques de Gilvan a Camila no plenário eram corriqueiros e, por muitas vezes, passaram do limite do tolerável. E Gilvan é reincidente nessa prática com outras mulheres, inclusive também processado nesses casos – cito aqui a vereadora Karla Coser (PT) e a ex-vice-governadora, Jacqueline Moraes (PSB), atual secretária estadual das Mulheres.
Sem limite II
No processo de Camila, do atual julgamento, são citados episódios em que ele desinfetou a tribuna da Câmara; que a mandou calar a boca por várias vezes; e que a chamou de “satanista” e “assassina de bebê e crianças”.
Tamanho
Por falar em Goggi, com a nova filiação efetivada, após deixar o PP, o Republicanos passou a ter a maior bancada na Câmara, com quatro vereadores, contando o cargo de presidente – os outros são Davi, Luiz Emanuel Zouain e Aylton Dadalto. Goggi se articula para disputar a Assembleia Legislativa, assim como Davi Esmael, e Aylton, ainda em primeiro mandato, é cotado.
Dois senhores
O prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), continua, como já tratado aqui na coluna, “bicando” os dois grupos políticos antagônicos no Estado, do governador Renato Casagrande (PSB) e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Nessa segunda-feira (1), em visita a Vitória, veja bem…
Dois senhores II
…ele participou de evento com Casagrande e o candidato à sucessão, o vice Ricardo Ferraço (MDB), e também se reuniu com Pazolini e o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso. No comando do PSD no Estado, o apoio de Renzo muito interessa aos planos de ambos os lados.
Dois senhores III
No começo das articulações de 2026, o partido era considerado certo na aliança de Pazolini, mas Renzo se aproximou do bloco palaciano, o que tem inclusive rendido bons frutos em Colatina, com anúncios e obras. Um porém nessa história é a presença do ex-governador Paulo Hartung no PSD, entusiasta do palanque de Pazolini e adversário de Casagrande. Como acabará essa mistureba, hein?
Nas redes
“A gente sabe que o capixaba não tem tempo a perder. Por isso, cada entrega, cada investimento e cada decisão parte de um planejamento que evita erros do passado e mantém o Estado no trilho certo. O Espírito Santo é hoje um dos Estados que mais crescem no país, resultado de gestão responsável, contas equilibradas e ações que viraram referência nacional (…)”. Ricardo Ferraço e o discurso de campanha na ponta da língua.

