Sábado, 27 Abril 2024

Quem diria...

vicente_vitoria_leonardo_sa3 Leonardo Sá
Leonardo Sá

Uma mudança até um passado recente inimaginável para quem há muitos anos detém o título de "dono" do PP no Espírito Santo, foi oficializada nesta segunda-feira (10). Marcus Vicente, secretário estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento e um dos fiéis aliados do governador Renato Casagrande (PSB), foi substituído na presidência do partido pelo deputado federal Da Vitória, que coordena a bancada capixaba. A decisão passou pelo comando nacional, exercido pelo senador Ciro Nogueira (PI), e foi sacramentada em reunião com a participação do também deputado Evair de Melo, crítico da gestão partidária de Marcus Vicente exatamente pela parceria com Casagrande, de quem os bolsonaristas são opositores. A nova função foi anunciada por Da Vitória nas redes sociais, exaltando que irá "dialogar e trabalhar para ampliar ainda mais o nosso tamanho no Estado". O novo presidente, reeleito ano passado com 71,7 mil votos e que chegou a entrar nas cotações do Senado, pega um partido que ganhou indiscutível capilaridade no Estado após a última janela partidária, com efeitos para 2024. Já Marcus Vicente foi novamente derrotado na tentativa de retornar à Câmara. A mudança, no contexto partidário e político, faz, portanto, todo sentido. Mas, depois de tanto tempo sem ninguém tascar a cadeira de Vicente, a questão, agora, é como ficará a relação com Casagrande e a disputa de território na demarcação de prefeituras. Nacionalmente, o PP é oposição e pró-Bolsonaro. Por aqui, Da Vitória, embora se declare aliado do governador, também. Os próximos capítulos logo dirão.

Tudo igual
A nova configuração não tira Marcus Vicente da executiva, mas reduz seu poder, após 10 anos determinando a direção à legenda. Ele passa a ser um dos vice-presidentes, junto com o próprio Evair, e os filiados mais recentes, deputados estaduais Theodorico Ferraço e Raquel Lessa, e Neucimar Fraga, derrotado à Câmara dos Deputados.

Articulações
A definição ocorre poucos dias após o encontro com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que causou burburinho nos bastidores. Os rumores de que Pazolini já estaria com um pé para fora do seu partido atual, aliás, só aumentam. De olho!

Faíscas
As acusações de assédio feitas em plenário pelos deputados bolsonaristas Lucas Polese e Capitão Assumção, ambos do PL, ao comandante-geral da Polícia Militar, Douglas Caus, renderam embate na sessão desta segunda-feira (10) com Denninho Silva (União). Ele defendeu Caus em seu discurso, apontando as denúncias como gravíssimas, além de cobrar apresentação de provas.

Faíscas II
Assumção ficou pé da vida e disse que "nunca viu um deputado interpelar outro, assim, em plenário". Na sequência, reiterou as denúncias, segundo ele, feitas por mulheres da PMES. Polese também apareceu, reforçando suas declarações.

Reação
O novo gancho foi um vídeo gravado por Caus na semana passada, em que rebateu as acusações como "mentirosas, levianas e irresponsáveis". Ele citou tanto a acusação iniciada no ano passado por Assumção, de violência doméstica, quanto a atual.

Reação II
No primeiro caso, disse que a Justiça se manifestou contrária à ocorrência de crime. No outro, comunicou que irá interpelar Polese judicialmente e que voltará a usar as redes "sempre que for atacado quando tentarem por meio de mentiras atingir o trabalho que estamos desenvolvendo com o apoio do nosso governador Renato Casagrande".

Que coisa...
Para além do tema, chamou atenção o pedido de palavra de Vandinho Leite (PSDB) logo depois de Denninho, para avisar que "não mais aceitará que qualquer deputado desrespeite os servidores da Assembleia". Não citou nomes, mas disse que encaminharia para o presidente, Marcelo Santos (Podemos), um documento e imagens sobre o fato. A denúncia é de "assédio e humilhação" a funcionários do seu gabinete.

Que coisa II...
Uma das frases da fala de Vandinho foi: "quem cobra deve dar o respeito aos outros". O deputado disse que os servidores não quiseram levar o caso à Justiça.

Nas redes
"Estão usando o nome do nosso mandato para convidar as pessoas para um suposto jantar. Informamos que isso é um golpe e nós não estamos promovendo essa atividade (...) Os golpistas estão fazendo o convite por meio de ligações telefônicas e pedindo um código de confirmação por SMS. Caso você receba esse tipo de ligação, não compartilhe os seus dados, não forneça código algum aos criminosos e nos informe se possível se for uma das vítimas". Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol.

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Novas filiações ao PP, de Marcus Vicente, resultam em mais uma mistureba de bolsonaristas com aliados de Casagrande
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