Segunda, 06 Mai 2024

Revolta no ninho

MAZINHO_MAX_ALES Ales
Ales

O PSDB no Estado sempre registrou divisões internas e, em alguns momentos, até clima de guerra. Após a saída de Paulo Hartung (sem partido) do governo, de quem o partido era subserviente, o cenário parecia ter acalmado. Mas não por muito tempo, como mostram os últimos acontecimentos políticos. No embalo de insatisfações manifestadas pelo ex-deputado estadual Sergio Majeski na semana passada, nas redes sociais, por decisões tomadas pela Federação Cidadania-PSDB sem a participação e conhecimento do demais filiados, o deputado estadual Mazinho dos Anjos usou seu tempo do plenário da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (15), para mandar um "vai com Deus" ao ex-prefeito de Vila Velha Max Filho. Explico: a referência foi feita em relação a uma entrevista concedida por Max à jornalista Fabi Tostes (coluna De Olho no Poder), em que ele sinaliza sua saída do PSDB e diz: "acho que já deu", informando de conversas com o Solidariedade e "outras legendas", além de não descartar disputar novamente o cargo de prefeito. Mazinho, que é recente no ninho - início de 2022 - disparou para Max: "se está precisando de um empurrão, ajudo a dar". Depois insinuou que ele tivesse tentando colocar a culpa da derrota de 2020 no partido; falou que a população canela-verde cansou e se libertou; e aproveitou para declarar apoio antecipado à reeleição de Arnaldinho Borgo (Podemos) e elogiá-lo, bem como o presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, e o vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço. No passado, Max, que é tucano antigo, chegou a colocar o pé para fora do partido e acabou ficando. Já Makeski saiu e voltou recentemente, para disputar a Câmara Federal. Alguém vai bater a porta, de fato, e o PSDB reviver mais uma revolta no ninho? No aguardo...

Blocos
A última guerra no PSDB foi em 2017, entre Max e o então vice-governador, César Colnago, hoje no PSD. Os dois fizeram das tripas coração para levar o comando da legenda. Colnago ganhou. Luiz Paulo Vellozo Lucas e Sergio Majeski deixaram a legenda, retornando em 2020 e 2022, respectivamente. Eles são ligados a Max.

Ganhou tempo
Vandinho Leite chegou à presidência nesse meio tempo, em 2019. Agora, trabalha para fazer seu sucessor, o vice-presidente, Oziel Andrade. A eleição interna estava marcada para este mês de março, mas a Nacional jogou para outubro. Tudo dominado ou terá disputa?

Fechada
Foi justamente nas redes sociais de Oziel que Majeski reclamou da reunião extraordinária realizada pela Federação Cidadania-PSDB há poucos dias, que já aprovou definições para a disputa de 2024. Participaram Vandinho, Oziel e Mazinho, do PSDB, e Fabrício Gandini e Deyvid Alberto Hehr, presidente estadual e secretário do Cidadania.

Fechada II
Entre as definições, fazer oposição às candidaturas do PT e lançar nomes na região metropolitana e municípios do interior. Dois palanques já são certeza: Vitória e Serra, que têm como cotados e se movimentando com antecedência, os próprios Gandini e Vandinho.

Opções, mas nem tanto
Na Capital, a federação tem outros nomes conhecidos do mercado: Majeski, que nunca escondeu seu interesse na prefeitura; Mazinho, que disse outro dia ser candidato, mas ainda não convenceu; Ricardo Ferraço, supersecretário do governo, que tem olhos em 2026...

Opções, mas nem tanto II
...Luiz Paulo Vellozo Lucas e Luciano Rezende, que já comandaram a cidade, mas não se articulam nesse sentido; e a ex-vereadora Neuzinha de Oliveira, que tentou a cadeira em 2020, preterindo Luiz Paulo, e teve um desempenho pífio, recebendo abrigo depois na gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Nuvem atual
Hoje, desse bloco, o que se sabe das rodas de conversas são da intenção de consolidar uma terceira via, para fugir de uma possível polarização entre Pazolini e o deputado estadual João Coser (PT). Gandini seria esse nome, repetindo o cenário de 2020.

Nuvem atual II
Na Serra, Vandinho, que disputou e perdeu em 2020, tem conversado com o ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido) para engrossar a oposição e derrubar o grupo do prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Audifax se filiaria, neste caso, ao ninho tucano. Veremos!

Nuvem atual III
E em Vila Velha, reduto de Max Filho? A federação e o governador Renato Casagrande (PSB) estão com Arnaldinho, e não há sinal algum de que isso se altere até 2024. O ex-prefeito, de fato, não terá espaço. Para além disso, mais uma pergunta: com o resultado dos últimos pleitos, a grife Max tem campo ainda para prosperar? Duas derrotas seguidas, com Arnaldinho nadando de braçada em suas metas eleitorais.

Nas redes
"Conversamos com os movimentos capixabas de direita. Na agenda de hoje [segunda,14], a busca de uma aliança sólida e melhor comunicação com essas forças que tanto lutam por um país livre e um ES mais justo e próspero". Erick Musso, presidente estadual do Republicanos, tentando ampliar terreno para 2024.

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Ganha-ganha

Arnaldinho Borgo leva mais uma em Vila Velha e, com reeleição de Casagrande, tem campo livre para pavimentar terreno até 2024
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Round final

Guardadas as devidas diferenças, 2º turno tem mais uma batalha canela-verde: Arnaldinho-Casagrande versus Neucimar-Manato
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Comentários: 1

RONALDO CHAGAS em Quarta, 05 Abril 2023 07:28

O ex prefeito Max Filho, deixou sua marca em Vila Velha. Entre erros e acertos, trabalhou com lisura, transparência e austeridade. Na educação foi o melhor da história. Na campanha para a câmara dos deputados, foi prejudicado pela polarização e utilização das máquinas em prol de candidaturas.
Já foi prefeito 3 vezes. Já deu sua contribuição... bom seria, que retornasse ao parlamento estadual, tendo um mandato mais perto das comunidades, e depois entrar numa disputa majoritária regional.

O ex prefeito Max Filho, deixou sua marca em Vila Velha. Entre erros e acertos, trabalhou com lisura, transparência e austeridade. Na educação foi o melhor da história. Na campanha para a câmara dos deputados, foi prejudicado pela polarização e utilização das máquinas em prol de candidaturas. Já foi prefeito 3 vezes. Já deu sua contribuição... bom seria, que retornasse ao parlamento estadual, tendo um mandato mais perto das comunidades, e depois entrar numa disputa majoritária regional.
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