Decisão judicial determina fim da paralisação dos cobradores de ônibus
Uma liminar expedida pela Justiça do Trabalho determina o fim da paralisação dos cobradores do Sistema Transcol, que teve início às 3h desta segunda-feira (8). A categoria aguarda, porém, ser notificada, como informa o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), Valdecy Dulcilina. A decisão estabelece multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
"Com certeza receberemos em breve, então, amanhã vai ter ônibus. A Justiça está fazendo o papel dela e temos que respeitar a liminar. Mas a gente espera que também faça a parte dela com decisão favorável aos trabalhadores", diz Valdecy, referindo-se ao julgamento do dissídio coletivo, que pode ocorrer entre os dias 17 e 24 deste mês.O dissídio foi necessário depois de audiências no Ministério Público do Trabalho (MPT) das quais participaram o sindicato, as empresas e a gestão de Renato Casagrande, realizadas depois de uma série de manifestações feitas pelos cobradores na primeira semana de janeiro. Entretanto, não houve uma conciliação entre as partes.
A paralisação desta segunda-feira foi motivada pelo fato de os cobradores não retornarem às atividades, conforme combinado pelas empresas, como pontua o diretor do sindicato.
A paralisação desta segunda-feira foi motivada pelo fato de os cobradores não retornarem às atividades, conforme combinado pelas empresas, como pontua o diretor do sindicato.
Os cobradores estão afastados desde maio de 2020. O novo prazo dado pela empresa para o retorno é 28 de março, mas o clima entre os cobradores é de descrença. "Estão afastados desde o ano passado, recebendo para ficar em casa. A gente nunca viu empresa dar nada de graça. Aí tem! Querem mandar todo mundo embora", diz. Ao todo, informa Valdecy, são cerca de 3 mil cobradores nessa situação.
Valdecy relata que os cobradores têm apoios dos motoristas em suas reivindicações. A adesão se deve ao fato de que os motoristas estão cumprindo dupla função. Sem o auxílio dos cobradores, diz Valdecy, eles ficam sobrecarregados, o que, inclusive, causa acidentes. Outro questionamento do sindicato é em relação à obrigatoriedade do uso do Cartão GV, uma vez que há pessoas que entram no ônibus sem ele, não podendo prosseguir na viagem, o que faz com que alguns agridam os motoristas. Os trabalhadores também criticam a dificuldade de aquisição do cartão em comunidades populares, principalmente.
O argumento para a retirada dos cobradores foi a pandemia da Covid-19. Segundo do Governo do Estado, a circulação de dinheiro no transporte público poderia aumentar a transmissão do vírus. Os cobradores contestam o argumento, já que todas atividades comerciais foram flexibilizadas. "Não tem porque manter a restrição à circulação de dinheiro somente nos ônibus, pois o comércio está a todo vapor", compara Valdecy.
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