A culpa é de quem?
Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, assim como na Assembleia Legislativa, as eleições dos presidentes desses poderes colocaram o foco de atenção no Parlamento em todas as suas instâncias. Os acordos políticos suplantaram o constrangimento em eleger um nome sob suspeita, colocando em risco suas reeleições.
A condução de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado desgastou a já complicada imagem daquela Casa. Em sua primeira aparição pública, Calheiros subiu a rampa do Congresso ao som de apupos. Essa conta acaba sendo cobrada dos parlamentares em geral.
Afinal, se Calheiros é o presidente da Casa é porque foi eleito pelos colegas, que ignoraram as denúncias feitas pela Procuradoria Geral da República contra ele. A bancada capixaba votou fechada em Calheiros, sob a justificativa de que integram a base governista. Ao tomar a decisão, porém, aceitaram participar desse desgaste.
Na Câmara, o voto secreto protegeu os deputados federais. Apesar de o PMDB achar que 80% dos petistas traíram o acordo firmado para eleger Henrique Eduardo Alves (RN), a bancada capixaba, que tinha inclusive candidata a deputada Rose de Freitas (PMDB), também preferiram compartilhar a vitória de Henrique Alves, que pode pesar na hora do voto em 2014.
E o que dizer da eleição na Assembleia Legislativa. Os deputados, no dia da instalação dos trabalhos, na segunda-feira (4), traziam estampados nos rostos o risco que assumiram ao reeleger Theodorico Ferraço (DEM) para a presidência da Casa.
A ordem agora é manter o presidente blindado, evitando que qualquer nova bomba caia em cima dele. Os "eleitores" de Ferraço sabem que os estilhaços podem sobrar para o plenário, que em peso estará disputando a eleição em 2014. Enquanto isso, o eleitor perde a cada dia mais confiança na classe política. E com que discurso os parlamentares vão abordar seus eleitores no ano que vem? Fica difícil convencer desse jeito.
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