Segunda, 06 Mai 2024

Caminho inverso

Uma vez por mês o governador Renato Casagrande senta com os setores sindicais do poder público para discutir os mais variados assuntos da área. Mas em vez de vermos avanços no serviço público oferecido pelo governo, o que vemos é o contrário. A deterioração do serviço público é evidente. Professores mal remunerados, descaso na saúde e com os profissionais da área, segurança como dantes no Quartel de Abrantes.



Uma explicação para esse paradoxo é o fato de aos poucos os sindicatos estarem esvaziando a CUT. A central tem um setor específico para tratar os sindicatos do setor público, mas com o passar dos anos, a central se afastou dos debates entre governo e sindicatos públicos, o que desestimulou a permanência das entidades na CUT.



Mas a coluna entende que esse caminho deve ser inverso. Os sindicatos devem ocupar a CUT e cobrar dela cumprimento de sua prerrogativa. A Central foi criada justamente para dar autonomia aos diferentes setores de trabalhadores. Quando ela deixa de participar de um canal de discussão tão importante quanto o diálogo entre o governo e os trabalhadores do setor público, ela deve ser cobrada e não abandonada.



A CUT não é uma Central de um setor da classe trabalhadora, mas de toda ela. Se ela deixa de atender a um dos setores, que se troque a diretoria e cobre da Central o cumprimento de sua função. O que não pode é os sindicatos partirem para a mesa de negociação com o governador sem o respaldo da CUT, já que esta dinâmica se mostrou ineficiente.



O setor público tem muitos problemas a serem resolvidos e durante os dois mandatos do governo passado aumentou a falta de atendimento do Executivo às demandas dos servidores públicos. Não basta pagar em dia, como tanto se orgulhou o governador passado, que, aliás, só conseguiu isso à custa do governo federal.



O déficit de policiais nas ruas, a falta de estrutura nas polícias, o inexplicável índice de servidores em designação temporária e a falta de valorização dos servidores de carreira têm causado prejuízos não só aos trabalhadores do setor público e suas famílias, mas tem ajudado a aumentar a falta de atenção ao serviço prestado pelo Estado a toda a sociedade.



Não adianta falar que o índice de aprovação e aproveitamento dos alunos da rede estadual é ruim, se você não valoriza o professor. Não adianta abrir hospital, se não valoriza todos os profissionais envolvidos na saúde. Valorizar o servidor é valorizar o serviço público e consequentemente garantir a qualidade do serviço prestado à sociedade.



A coluna cobra de todos os servidores públicos a obrigação de fazer funcionar o setor público da CUT e não ficar procurando pelo em ovo, com alternativas que não funcionam.

 

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