Segunda, 29 Abril 2024

Candidato?

O cenário eleitoral de 2014 apontava para a construção de um palanque de consenso em torno da reeleição do governador Renato Casagrande. Apontava, porque a ideia do senador Magno Malta (PR) de circular pelo Estado para averiguar sua musculatura política acendeu o sinal de alerta no Palácio Anchieta.



Esse teste de popularidade não significa necessariamente que Malta irá disputar o governo do Estado, mas se ele sentir que tem condições de entrar no pleito, entrará. Aí a coisa pode se complicar. Malta, apesar do discurso conservador, tem capital de votos.



Se Malta disputar a eleição, Casagrande terá um problema para enfrentar não só porque quebra a construção do palanque de consenso, tendo do outro lado um nome que sai da base aliada, mas também porque Malta é bom de voto e como o eleitorado capixaba é conservador, tem onde ecoar seu discurso, e aí cai na graça do povão.



Para piorar, Casagrande, que foi eleito com o discurso da continuidade, com a missão de repartir o bolo do desenvolvimento, não deu, até agora, a resposta nas políticas sociais, que a população esperava de um governo socialista.



No período pré-eleitoral, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) tentou convencer Casagrande do perigo de fortalecer Magno Malta, levantando a lebre de que ele seria candidato a governador. Naquele momento, Malta não tinha esse entendimento, ele mesmo chegou a dizer em várias ocasiões que não mirava o Executivo.



Foi a própria pressão de Hartung nesse sentido que levou o senador  a pensar na ideia. Na ânsia de eliminar Magno Malta, ele acabou fazendo com que o mercado considerasse o capital político do senador para a disputa.



Enquanto isso, Ricardo Ferraço (PMDB), um nome que tinha bem antes disso condições de criar esse palanque ao governo, mergulhou. O senador era cotado para a disputa de 2014, tanto que as movimentações do pai, o deputado Theodorico Ferraço (DEM) na Assembleia, davam a entender uma manobra para garantir o palanque do filho ao governo.



Ferraço se acomodou depois que perdeu a eleição, Ricardo Ferraço diminuiu o ritmo no Senado e nas movimentações de bastidores, Hartung também saiu derrotado da eleição deste ano. Aí Casagrande se fortaleceu e começou a construir o palanque de unanimidade para 2014. Só não contava que o mergulho do grupo de seu antecessor pudesse abrir caminho para o fortalecimento do republicano. E agora, como lidar com o ensaio de Malta à disputa palaciana? Vai dar trabalho.  



Fragmentos:



1 – Enquanto os Lucianos (Rezende e Pereira) se despediam do mandato de deputado estadual na sessão dessa segunda-feira (17) da Assembleia Legislativa, quem circulava pelo plenário era Euclério Sampaio (PDT), que assume a suplência de Marcelo Coelho (PDT) em 2013.



2 – O rodízio de secretários municipais mostra como os prefeitos eleitos por partidos de porte pequeno e médio têm dificuldade em encontrar quadros em suas siglas para preencher as vagas.



3 – A proibição do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de o Congresso Nacional votar o veto à distribuição dos royalties, ainda vai dar muito o que falar.

Veja mais notícias sobre Colunas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 29 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/