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Classe média, eu?

A nova classe média brasileira alterou a forma da pirâmide de classes econômicas ao passar da base para o meio e assim ao formato de um losango. Atualmente, quase metade da população brasileira é considerada de classe média, fazendo parte da classe C.
 
Há algumas décadas vivemos a ascensão econômica e social de milhões de pessoas no Brasil, principalmente das classes D e E, com mudanças também nas relações sociais e de consumo da sociedade como um todo.
 
Ao projetarmos alguns anos atrás, percebemos que os hábitos de consumo eram bem diferentes dos atuais, assim como o poder aquisitivo. Dentre as classes D e E, podíamos contar quantas famílias tinham acesso a televisores, geladeiras e fogões. Com a ascensão econômica e social destes para a classe C, a grande maioria das famílias, passou a contar com mais de uma TV, DVD, micro-ondas, geladeira, freezer, celular, computador… Confirmando o aumento na renda e no padrão de vida, com reflexos nos hábitos de consumo. São pessoas e famílias inteiras que começaram a usufruir de vários itens que eram considerados anteriormente como de “luxo” e aparentemente, inacessíveis.
 
Até os hábitos alimentares modificaram, com o maior acesso a itens que antes não constavam na cesta básica. O que também favorece para a melhoria na saúde coletiva.
 
Para acompanhar e confirmar esta ascensão são utilizados pela ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, os Critérios de Classificação Econômica Brasil, tais como: posse de itens, grau de instrução, acesso a serviços públicos.
 
Ao falar da classe C é importante classificar quem faz parte dela. Segundo o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, faz parte da classe C quem possui uma faixa de renda entre 4 a 10 salários mínimos, representando atualmente entre R$ 2.896,00 à R$ 7.240,00, pontuando as classes média baixa e a alta.
 
Na contramão da ascensão econômica e social, há a falta no repasse da educação financeira à população e, a consequência disso, pode ser observada na crescente estatística sobre o endividamento da família brasileira.
 
Influenciam na formação do comportamento de consumo o fato de serem pessoas geralmente oriundas de famílias privadas, até mesmo do básico, o que tende a contribuir para o consumo movido à emoção, por impulso e sem análise prévia se “cabe no orçamento”. Outro fator que motiva o consumo é o desejo de mostrar a ascensão, daí o consumo pode ter um “toque” de status, ao consumirem produtos de luxo, geralmente, comprados à prestação.
 
O acesso facilitado ao crédito faz parte deste cenário, podendo representar uma ameaça, caso seja utilizado sem um planejamento prévio.
 
Vale destacar que todo movimento econômico e social é acompanhado pelo comércio, que cria estratégias específicas para incentivar o aumento no consumo, incluindo aos produtos de luxo, mediante a concessão de facilidade de pagamento, visando conquistar a classe C.
 
Como em tudo, temos também que citar àqueles que pesquisam preço, que juntam antes o dinheiro para pagarem à vista pelos seus desejos, que representam os educados financeiramente. Enquanto outros, que parcelam tudo o que compram, ou que comprometem a renda integral comprando um produto supérfluo, correm risco de endividamento excessivo.
 
Levanto as seguintes questões: em que medida essas mudanças nos hábitos de consumo das pessoas e famílias em ascensão econômica e social, movidos a emoção, impulso e sem planejamento prévio são sustentáveis a longo prazo? Quais as ações que estão sendo adotadas para levarem a eles a educação financeira necessária para refletirem, planejarem e agirem em prol do futuro?
 
O passado é importante por representar a construção da história pessoal e familiar. O futuro é como um alvo a ser atingido, conforme os objetivos traçados e, o presente é o que faz a diferença para melhorar o que veio do passado e para garantir isso continuamente, inclusive no futuro.
 
Ascensão econômica e social sustentável se dá via educação financeira.
 


Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

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