O governador Paulo Hartung (PMDB) tropeçou nas suas próprias pernas em sua movimentação para 2018. Ele enfrenta dificuldades para encontrar espaço na disputa mais importante que é a do Senado e disputar a reeleição pode não ser uma boa ideia para a imagem de excelência que ele vende para fora do Espírito Santo.
Com isso, Hartung pode acabar não disputando nada em 2018, como ele mesmo admite em entrevista ao jornal A Tribuna, no domingo (22/01/17). Mas, caso o governador esteja fora da disputa e apresente um nome para apoiar, isso não significa que o caminho fique livre para ex-governador Renato Casagrande. E ele parece saber disso.
Embora fale de forma enviesada, tem se aproximado prudentemente da senadora Rose de Freitas (PMDB) e voltado o olhar para o interior e parece ter aprendido com seu grande erro na eleição de 2014, que foi ter se concentrado na Grande Vitória. Ao jornal eletrônico Folha Vitória, o ex-governador diz que pode não disputar e lista uma série de lideranças do PSB que poderiam concorrer ao governo do Estado em 2018, mas a narrativa não convence a classe política.
Se não for Casagrande o candidato ao governo do Estado em 2018, o jeito vai ser o PSB apoiar alguém. Mas quem? Rose? E se Paulo Hartung ficar no PMDB, a senadora vai mesmo disputar o governo? Há muita gente achando que ela está blefando, aproveitando o momento de efervescência criado pelo governador Paulo Hartung com as incertas sobre sua mudança de partido. As dificuldades para que a senadora viabilizasse uma candidatura ao governo são enormes e independe da coloração partidária do governador.
Casagrande, há dois anos na planície, depende de um desgaste gigantesco de Hartung à frente do governo do Estado para se tornar o favorito em uma corrida eleitoral. Se Hartung chegar inteiro até 2018, vai ganhar força para fazer o sucessor e terá a máquina para isso. Quanto ao Senado, ele teria de enfrentar Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), os dois com apoio palaciano para a eleição.
Lembrando que sua eleição em 2006 contou com a ajuda do então governador Paulo Hartung contra Max Mauro (PTB). Além do desgaste de Hartung, Casagrande precisa reforçar seu palanque. Ele conta com a fidelidade de Luciano Rezende (PPS), que está mais preocupado em fortalecer seu próprio partido do que em devolver o apoio recebido do PSB na disputa de 2016.
Até o processo eleitoral do próximo ano, Casagrande vai acompanhar de perto as movimentações de Hartung e tentar se fortalecer com os parcos recursos políticos que tem. Em uma coisa os dois se igualam, abrem um monte de portas e observam qual vai o caminho mais confortável, de preferência sem precisar bater de frente um com o outro em 2018.
Fragmentos:
1 – O prefeito interino de Muqui, no sul do Estado, Sérgio Luiz Anequim (DEM), o Camarão, convocou o ex-prefeito Carlos Renato Prúcoli (PTB), que é engenheiro, para comandar Diretoria de Arquitetura e Engenharia do município. Prúcoli, que era vice, assumiu a prefeitura em outubro passado com a morte do prefeito Aluísio Filgueiras (PSDB).
2 – Os 16 grupos que compõem a Liga dos Blocos Carnavalescos da Serra ameaçam não sair às ruas no Carnaval se a prefeitura não oferecer os trios elétricos. Até o início da folia, prefeitura e blocos devem chegar a um denominador comum.