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Costurandoo cerco

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) foi ao encontro do ex-presidente Lula, para convencê-lo a entregar o palanque da Dilma no Espírito Santo ao PMDB, com o aval, se necessário, da candidatura ao governo do senador Ricardo Ferraço. Algo que está, inclusive, dentro de uma estratégia destinada a garantir seu controle das eleições de 2014. Com esse propósito, já incluiu o PSDB e o DEM. Agora, com a oferta feita ao Lula, quer mesmo é subtrair o eixo da candidatura do governador Renato Casagrande, tirando dele o PT. E não anda longe de alcançá-lo, pois conta com a parceria do ex-prefeito de Vitória João Coser. Quando Coser anuncia que é candidato ao Senado, não está fazendo outra coisa se não servir ao cerco programado por PH para cima de Casagrande. 
 
Jogada
Ao se declarar candidato ao Senado, fora do calendário do PT, mas em consonância com o encontro de Hartung e Lula, o ex-prefeito fornece a garantia que PH necessita para passar ao PT Nacional a possibilidade da vitória de Dilma no Estado.   
 
Jogada II
Mas está na cara que a candidatura de Coser ao Senado é extremamente móvel. Só será dele se não couber o ex-governador. No fundo, no fundo, por suas atuais possibilidades eleitorais, Coser é mesmo candidato a vice-governador. É onde cabe realmente o seu atual capital político.
 
Contramão
Pois ela falseia o próprio manifesto da maioria das lideranças do PT em querer permanecer na companhia do governador Renato Casagrande. Coser enxertou no partido um número de novos filiados, capaz de garantir-lhe o controle.
 
Contramão II
Grande parte dessas filiações, inclusive, foi feita à revelia dos critérios ideológicos que sempre nortearam os ingressos no PT. Pertinente, portanto, a disposição da senadora Ana Rita, do histórico Perly Cipriano e da ala jovem do partido em querer reverter a situação de poder criada por Coser. De imediato, impedindo a antecipação do calendário de escolha do candidato ao Senado para novembro.  
 
Inversão
Quando Coser entra na jogada para cacifar PH a continuar dando as cartas na política capixaba, não haverá outra saída para Casagrande, a não ser advogar pela volta da unanimidade, que resultou na sua eleição e nos dois mandatos do governo passado. Na pretendida fórmula inicial, ele para o governo e PH para o Senado.  
 
Papel 
Nunca é demais recordar que Coser foi um dos sustentáculos do poderio de Hartung na política do Estado. Nos dois mandatos de governo de PH, segurou o PT dentro de casa, o que significou tirá-lo da rua, onde sempre esteve, com suas lideranças dos movimentos sindical e social.  
 
Condição
Mas para que a eleição venha a ser como planeja o ex-governador, é necessário que não haja a candidatura ao governo do senador Magno Malta (PR). Bagunçará todos os planos. Nessa sexta-feira (18),  Magno deixou bem claro a Século Diário que caminha célere nessa direção.   
 
Imagem
Para o senador, Hartung não passa de um leão de academia, aquele que ganha uma luta e explora a vitória para se manter no topo. Mas é incapaz de aguentar mais do que o primeiro round de um bom adversário.    
 
PENSAMENTO:
“A política institucional continua uma arena onde só matreiros vingam”. Mário Sérgio Conti

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