Desde o início do processo de articulação para o cenário eleitoral do próximo ano, o governador Renato Casagrande vem tentando vender para dentro e fora do Estado a ideia de neutralidade na disputa presidencial no Estado. A intenção de Casagrande é garantir a manutenção das alianças para sua reeleição em 2014. Tem sido difícil, até porque a resistência das nacionais vem ao encontro da manobra do ex-governador Paulo Hartung para retomar o governo.
Casagrande ainda alimenta a esperança de reunir as lideranças formando um palanque de unanimidade, mas a entrada do ex-presidente Lula no processo pode colocar fim ao sonho de Casagrande. Lula parece disposto a esquecer o passado de traições no Espírito Santo e fortalecer Hartung como o puxador do palanque de reeleição de Dilma Rousseff.
A estratégia é isolar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos nos estados governados pelo PSB, como é o caso do Espírito Santo. Aliás, único, no Sudeste governado pelo partido. Se de um lado Hartung se aproxima de Dilma, de outro, a movimentação pode fazer com que Casagrande sai de cima do muro.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, preferiu não esperar e se adiantou declarando o apoio do PPS no Estado à candidatura do presidenciável socialista. Rezende também apoia Casagrande e ainda que o prefeito de Cariacica não concorde, o PPS vai ficar no palanque palaciano. Até porque Juninho apoia o senador Ricardo Ferraço que, mais uma vez, dá pinta que ficará no banco de reserva.
O movimento de Lula delimita os espaços no Espírito Santo, mas em se tratando de Paulo Hartung ainda deve demorar para ele se colocar como candidato mesmo. Vai evitar desgastes, sair pelas tangentes e anunciar a candidatura à véspera do processo eleitoral, para desespero de Casagrande.
Fragmentos:
1 – O fato de os votos de Zé Carlinhos terem migrado para a candidatura de Alexandre Passos no segundo turno do Processo de Eleição Interna do PT em Vitória não significa que o vereador tenha peso político, nem tão pouco se cacifa para a eleição do próximo ano.
2 – Ele assumiu mandato na legislatura passada na Câmara de Vitória como suplente e não conseguiu a reeleição. Como seu grupo é pequeno no PT capixaba e o grande nome desta parte da CNB é o presidente da CUT-ES, José Carlos Nunes, Zé Carlinhos não deve ter êxito em uma eventual disputa estadual.
3 – Só para deixar claro: nenhum dos três senadores do Espírito Santo tem helicóptero.