O retorno de Paulo Ruy Carnelli à Cesan e consequentemente ao governo Renato Casagrande (PSB) ecoou no ninho tucano trazendo à tona a discussão sobre o posicionamento do partido em relação à disputa do próximo ano. Para alguns membros do partido ficou patente que a política de grupo no Espírito Santo ainda resiste, colocando a ocupação de espaços acima de interesses partidários.
No inicio deste segundo semestre, Guerino Balestrassi e Luiz Paulo Vellozo Lucas deixaram o Bandes batendo a porta. Colocaram-se em posição de enfrentamento a Casagrande, anunciaram, em Brasília, a candidatura de Balestrassi ao governo. Marcaram posição. Com a entrada de Paulo Ruy e Anselmo Tozi no partido, parte da militância já levantou a sobrancelha.
A presença dos aliados de Paulo Hartung poderia indicar um possível retorno do ex-governador ao ninho, ou poderia indicar uma manobra de bastidores, com Hartung permanecendo no PDMB, jurando amores ao PT e fechando na clandestinidade com o PSDB.
Mas a ida de Paulo Ruy para a Cesan trouxe leituras subjetivas: seria uma indicação de acordo de Hartung com Casagrande ou meramente uma questão econômica, financeira? Uma coisa é certa, a justificativa de escolha técnica e de escassez no mercado, não colou.
De qualquer forma, o episódio serviu para que os tucanos pudessem observar o posicionamento de suas lideranças no Estado. O presidente Cesar Colnago foi cobrado sobre o posicionamento, disse que não sabia e sabia. Saiu desgastado.
O deputado federal que tenta construir condições de reeleição em 2014, tem problemas em construir mediações dentro de seu partido, vive sendo contrariado pelos militantes e o partido vem diminuindo seu capital político, muito por conta da falta de visão de seu real tamanho no Estado, escolha de estratégias erradas e as constantes polêmicas internas.
Quem surpreendeu e ganhou peso entre os tucanos foi Balestrassi. Veio a público incendiar o caso, falou aquilo que a militância esperava ouvir do presidente, se fortaleceu. Já Paulo Ruy mostrou, mais uma vez, que sua movimentação política não tem a ver com partido.
Fragmentos:
1 – A feijoada oferecida pela vereadora Ilma Siqueira (PSDB) ao senador Magno Malta (PR) causou indigestão no ninho tucano. Na última segunda-feira (4), o caso foi discutido pela Executiva do partido.
2 – Mas alguns militantes saíram em defesa da vereadora no estilo a casa é dela, convida quem quiser para almoçar. De mais a mais também causou estranheza a reação do presidente do partido, já que o próprio Cesar Colnago estaria também conversando com o senador.
3 – Nas redes sociais, a campanha pelo segundo turno na disputa pelo diretório do PT de Vitória está esquentando, com os candidatos convocando os filiados para votar. A nova votação será no próximo dia 24.