O episódio do feriado da Proclamação da República, na última sexta-feira (15), com as prisões dos réus no processo do mensalão, levantou a questão nos meios políticos de como isso vai se refletir no processo eleitora do próximo ano no Estado. A leitura que se faz é que o impacto deve ser mínimo.
O PT aventa a possibilidade de disputar o Senado, embora haja ainda muita incerteza se isso realmente vai acontecer. A ideia do partido, após o resultado do Processo de Eleições Diretas (PED), com a eleição de João Coser para a presidência da Regional, é criar as condições para que o ex-prefeito de Vitória seja o candidato do PT ao Senado.
Mas, a pergunta que se faz é: teria Coser a capacidade de fazer a defesa diante dos possíveis questionamentos sobre o caso? A discussão talvez não aconteça. Isso porque cenário eleitoral capixaba tende a se adaptar às mudanças do campo nacional e a possibilidade de o foco ser na política local é muito grande.
E mesmo que o debate se volte para o campo nacional haverá dificuldade de construção. Para os tucanos que têm também pendências judiciais graves em relação ao chamado mensalão tucano, talvez não tenham condições de levar a polêmica mais adiante.
A tarefa ficaria então para o grupo do candidato socialista Eduardo Campos, mas o rótulo de “traidor” da base petista dificulta esse posicionamento. Além disso, no Espírito Santo, o representante socialista no cenário eleitoral do próximo ano é o governador Renato Casagrande, que não quer se envolver em questões nacionais.
Mas de qualquer forma, seria interessante para o PT e seus aliados traçarem um debate interno sobre o assunto. Afinal, a prioridade do partido é reeleger a presidente Dilma Rousseff e ela tem dificuldades em conquistar o eleitorado capixaba.
Fragmentos:
1 – A crise do café pode ser um problema na construção da agenda interiorana do governador Renato Casagrande rumo à reeleição em 2014. Ele já está se mexendo buscando ajuda em Brasília para a crise cafeeira.
2 – O sul do Estado que começou esta legislatura na Assembleia com dois deputados – Theodorico Ferraço (DEM) e Glauber Coelho (PSB) – tem agora quatro, com as chegadas de Marcos Mansur (PSDB) e Rodrigo Coelho (PT). Hoje o campo está congestionado.
3 – Questões políticas e econômicas estão dividindo a classe política capita na discussão das emancipações de novos municípios. De um lado, estão os que entendem que não é o momento para abrir essa brecha, do outro estão os que estão de olho em novos espaços políticos.