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Hartung no PL? E por que não?

De 1982 para cá, quando disputou sua primeira eleição a deputado estadual pelo PMDB, Paulo Hartung já passou por quatro partidos. Depois do PMDB foi para PSDB, em seguida para PSB e retornou para PMDB, onde está por enquanto.
 
Mas a permanência na legenda pode não durar muito mais tempo. Nos meios políticos já se comenta que a visita do ministro Gilberto Kassab (PSD) ao Espírito Santo tratou de questões que foram muito além das promessas de investimentos do governo federal no Estado. 
 
Não é segredo para ninguém que o fundador do PSD está usando o cargo de ministro para “ressuscitar” o falecido Partido Liberal (PL). Uma das prioridades do ex-prefeito de São Paulo é atrair governadores para a nova sigla. 
 
O governador do Espírito Santo tem o perfil que Kassab procura. É volúvel e pouco afeito aos princípios da fidelidade partidária. Tanto é que no perfil postado no seu site de campanha, na disputa eleitoral de 2014, Hartung conta toda a sua trajetória política sem citar os partidos pelos quais passou. Fica patente que partido sempre foi só um detalhe para Hartung.
 
Além do mais, não ficaria bem assumir que foi um “promíscuo” em matéria de troca-troca partidário. Esse retrospecto volúvel de Hartung encoraja Kassab. Ele sabe que o governador não teria nenhum pudor em migrar para a nova agremiação, caso a jogada seja vantajosa para ele. 
 
O plano de Kassab é atrair, além de governadores, deputados federais e senadores para a nova legenda. Em seguida, Kassab faria a fusão do PL com o PSD, dando origem a um grande partido com 67 deputados. A nova sigla seria capaz de desbancar o PMDB na Câmara.
 
Como fez em 2011, quando criou o PSD, Kassab provocou baixas importantes no PSDB e DEM. Novamente, os dois partidos devem sofrer perdas com a criação da nova legenda. 
 
Irritado com o assédio de Kassab, o senador eleito Ronaldo Caiado (GO), chamou o ministro das Cidades de “cafetão do Planalto. “Em vez de se comportar como ministro, Kassab adota postura de cafetão e acha que deputados são garotas de programa para viabilizar o PL”, escreveu Caiado nas redes sociais. 
 
A alcunha empregada por Caiado para definir a atitude de Kassab talvez seja um pouco forte, mas traduz bem essa “promiscuidade partidária”, pratica que agrada bastante políticos da estirpe de Paulo Hartung, que sempre foram indiferentes à fidelidade partidária. 
 
Em pensar que a legislação eleitoral passou a prever a punição ao troca-troca de legendas justamente para pôr um freio na “promiscuidade partidária” . Kassab, porém, encontrou uma maneira de “fabricar” partidos e enganar a legislação. Seu plano vigora porque sempre há políticos dispostos a compartilhar dessa burla.
 
Em tempo: a lista de políticos capixabas seduzidos pelo PL de Kassab não se restringe a Paulo Hartung. Há quem relacione o senador Ricardo Ferraço, hoje visto como “dissidente” no PMDB, e o seu pai, Theodorico Ferraço, que já deu declarações públicas de que está pelas tampas com o DEM do prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda. 

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