Sexta, 26 Abril 2024

Hora da lavanderia

A disputa eleitoral de 2012 trouxe uma mexida no cenário político capixaba. Agora será a hora de as lideranças políticas e seus partidos avaliarem os ganhos e as perdas e dar início a uma preparação ou um plano de recuperação para a disputa de 2014.



Algumas situações são sintomáticas e podem dar algumas dicas sobre o que está por vir. O governador Renato Casagrande, evidentemente, saiu muito fortalecido do processo. Ele teve participação indireta em vitorias de aliados importantes, sobretudo na Grande Vitória. Houve um crescimento substancial de seu partido em nível nacional e o novo diálogo que o presidente da sigla, Eduardo Campos, vai travar com o governo Dilma Rousseff.



O PT vai passar por um processo muito duro de discussão interna, o papel do prefeito João Coser nessa eleição e o posicionamento dos prefeitos reeleitos Carlos Casteglione, de Cachoeiro de Itapemirim, e Leonardo Deptulski, apoiando um candidato do DEM (Rodney Miranda), vai repercutir para dentro do partido, que inicia um longo debate que vai culminar na eleição para a presidência da sigla em dezembro de 2013.



O PSDB precisa juntar os cacos e encontrar, não se sabe como, forças para se reerguer no jogo político do Espírito Santo. Em nível nacional, o partido continua forte, mas no Estado vai precisar de muita criatividade para se colocar na discussão futura.



Se o governador Casagrande saiu fortalecido, o mesmo não se pode dizer do ex-governador Paulo Hartung, que agora conta apenas com Vila Velha – não que seja pouco, mas muito aquém do projeto para este ano – para criar capilaridade para a disputa estadual. O PMDB, que se organizou para dar as condições de realização do projeto de Hartung, sai ainda mais enfraquecido.



A Casagrande caberá agora reunir a base e avaliar quais as lideranças serão realmente importantes para alicerçar seu palanque de reeleição e quais não vão acrescentar tanto a seu projeto. O desafio do governador agora será superar o primeiro ano de dificuldades financeiras, fortalecer seus aliados e estabelecer de vez a marca de seu governo.



Fragmentos:



1 – O discurso da mudança foi o grande diferencial nesta eleição, mas vale destacar que ele não foi captado de imediato pelos eleitores, foi uma construção ao longo da campanha.



2 – O deputado estadual Claudio Vereza (PT), que é formado em jornalismo pela Ufes, pisou no calo da “imparcialidade” da imprensa capixaba. Ele sabe que vai ter volta, mas trouxe à tona uma discussão de bastidores: o comportamento da mídia no processo eleitoral.



3 – Há tantos recados vindos das urnas desta eleição eleitoral, que fica difícil separar os temas e aprofundar um a um. Até 2014, a classe política vai ter tempo para entender seus novos desafios. Ou faz isso, ou corre o risco de ser atropelada pela evolução do processo.

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