Domingo, 19 Mai 2024

Jogo de cena

Desde o primeiro dia da ocupação da Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), resolveu fazer a linha “paizão” e defensor da democracia. Chegou a chamar os ocupantes de “filhos rebeldes”, pediu para que eles fossem tratados com carinho, e por aí em diante. Até veio com um papo de que estava sendo cobrado, por ser tão legal. Uma jogada de mestre para a plateia, área que Ferraço entende muito bem. Mas com o passar dos dias, veio à tona a verdadeira essência do demista. Não assumiu qualquer postura diante do “grupo dos 15” e, assim como outros interessados, valeu-se da decisão judicial que reduz o pedágio na Terceira Ponte por 90 dias para pressionar o fim da ocupação. Era a “deixa” que Ferraço precisava para colocar em prática o que sempre desejou: tirar os manifestantes de lá. Não conseguiu. Então, com uma desculpa de que eles não cumpriram o acordo com a Mesa Diretora – e não o contrário -, resolveu apelar para a reintegração de posse e terror psicológico. Atitude extrema vai respingar em todo mundo. Se a situação já está ruim para os deputados...

 

Não engoliram

A propósito, muito procedente o protesto de manifestantes de Guarapari que estiveram na Assembleia nessa quarta-feira (10), contra a nomeação no gabinete de Ferraço do ex-prefeito do município Edson Magalhães (sem partido), que tem uma lista de processos nas costas.

 

Importante

Só esqueceram de lembrar, também, dos elogios rasgados de Ferraço ao ex-prefeito, que beirou o deboche. Aliás, isso já virou mania do presidente da Assembleia. Outro dia fez o mesmo em relação ao deputado estadual Gildevan Fernandes (PV), em meio ao turbilhão da obstrução à votação da proposta que suspende o pedágio na Terceira Ponte.

 

Dividido

A polêmica do pedágio acentua o desequilíbrio interno que passou a viver o PT no Estado, desde que deixou de ser ideológico para assumir a condição de um partido de poder.

 

Dividido II

Numa ponta está o vice-governador Givaldo Vieira, em sintonia com o governador Renato Casagrande, e com uma contrapartida e tanto: a eleição à Câmara dos Deputados. Na outra os interesses do ex-prefeito de Vitória João Coser, que transita entre o governo de Paulo Hartung (PMDB) e o atual. E no meio a bancada do PT na Assembleia, que depois de muita omissão, resolveu correr atrás do prejuízo.

 

Prato cheio

Aliás, o líder da bancada, deputado estadual Cláudio Vereza, que é de Vila Velha e está desgastado com seu eleitorado, aproveita o gancho para uma tentativa de reconciliação.

 

Manobra

A prefeitura e a Câmara de Vila Velha vendem para a população o peixe de que a sanção do novo Plano Diretor Municipal (PDM) seguiu o acordado com a sociedade civil. Nada disso. Houve novo golpe depois da reunião do consenso. Aquela história, Rodney Miranda (DEM) jura que pratica o diálogo, mas não dá ponto sem nó. Muitos já caíram no conto. E outros ainda cairão.

 

Em casa

Rapidinho apareceu a explicação para o ex-prefeito de Santa Teresa Gilson Amaro (PMDB) ter ficado tão pouco tempo no cargo em comissão de assessor especial da Secretaria de Estado do Governo. Recebeu proposta tentadora para integrar a equipe de Rodney. Amaro, como se sabe, mantém estreitas relações com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que também é “chegado” do prefeito.

 

Pra variar...

Tem bronca na Associação de Moradores de Jardim Camburi. Disputa política de poder na entidade é forte e rende polêmicas.

 

140 toques

“Agora é lei: saiu hoje, no DIO, a lei de minha autoria que obriga a PMV a divulgar mensalmente, no site oficial, os números da violência na cidade”. (Presidente da Câmara de Vitória Fabrício Gandini – PPS – no Twitter).

 

PENSAMENTO:

“Porque há o direito ao grito. Então eu grito”. Clarice Lispector

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