
Embora o ex-prefeito de Vitória João Coser bata o pé, a candidatura própria do PT ao governo do Estado é a chance que o partido tem de renascer das cinzas e voltar à mesa de negociação nas articulações políticas do Estado. Tendo, como trunfo, o fato de levar o pleito para o segundo turno. Mesmo que Coser não seja mais “essa coca-cola toda” do ponto de vista eleitoral, deve conquistar votos suficientes para impedir que o pleito se encerre logo na primeira fase. Até porque, a previsão é de embate acirrado entre o governador Renato Casagrande e seu antecessor Paulo Hartung (PMDB). A candidatura de Coser seria possível em uma aliança com o PDT, podendo arrebatar ainda o PR, do senador Magno Malta. Assim, para o PT, estaria garantido o palanque da presidente Dilma Rousseff e uma boa coligação na proporcional. Não à toa, já há manifestações de lideranças do partido nesse sentido, inclusive daquelas que estendem tapete vermelho para o ex-governador. O problema é Coser largar o osso: primeiro de Hartung, depois da candidatura ao Senado. O ex-prefeito, não é novidade, sempre esteve preocupado com o próprio umbigo. Vai pesar a mão da nacional.
Pé atrás
Isso tudo, claro, considerando que Hartung será mesmo candidato, o que é sempre uma incógnita. O ex-governador sofre forte pressão do empresariado.
Sentido contrário
A propósito, Hartung aparece em foto no Facebook do gerente de Comunicação da Prefeitura de Anchieta, Arthur Wernersbach Neves, ao lado de dois tucanos, o vereador do município Válber Salarini e o secretário-geral do partido, Ruy Marcos Gonçalves. Todos felizes e sorridentes, após solenidade que homenageou Hartung na Câmara. Tem um porém: PSDB está cada vez mais próximo de Casagrande.
Área de risco
Se a aliança PSDB-PSB for consolidada, aliás, forçando uma candidatura de Guerino Balestrassi a deputado federal, o tempo poderá fechar para o deputado federal Paulo Foletto (PSB). Os dois têm base eleitoral em Colatina e região e terão que dividir votos por lá. Balestrassi é aliado do prefeito, Leonardo Deptulski (PT). Novo cenário ameaça reeleição de Foletto.
Matemática
Na última eleição, Foletto obteve cerca de 35 mil na região e 96 mil no Estado inteiro. No mercado político, quem entende de números e de eleição, calcula que se ele tiver 60 mil votos este ano, deve soltar fogos. Lembrando que Vandinho Leite, também do PSB, é outro que tira votos de Foletto.
Nem ‘tchun’
Ao que tudo indica, o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), tomou um “chega pra lá” do filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB). Apareceu com aquela história de convencer o filho a ficar do seu lado na eleição deste ano, que é o lado de Hartung, mas ficou a ver navios.
Intocáveis
As declarações do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Sérgio Bizzoto, sobre a PEC dos Magistrados, que garante aumento dos salários de juízes, é o retrato claro de que como o Judiciário se coloca acima de tudo e de todos, repetindo um discurso pra lá de corporativista. Para ele, é simples assim: “o governo que gere recursos”, como declarou em A Gazeta. Em um país onde a maioria sobrevive com apenas um salário mínimo, não desce.
Intocáveis II
A proposta, ultrapassa e muito o teto do funcionalismo público e representará impacto de mais de R$ 3,4 bilhões ao ano – se a aplicação for retroativa, R$ 30 bilhões -, além de abrir precedente para que ocorra um efeito cascata. Tudo para manter a situação exatamente como está: os magistrados e membros do MP no topo da cadeia remuneratória, cada vez mais distantes das demais carreiras e, como sempre, reclamando de barriga cheia.
Blá,blá, blá…
Está difícil de colar a “política do bom moço” adotada pelo presidente da Câmara de Vitória, Fabrício Gandini (PPS). Enquanto a Casa debate corte de ponto, sobra omissão em questões importantes para os moradores da Capital. Exemplo claro, a poluição do ar. Quero ver vereador bater boca durante sessão, quase brigar, pela qualidade de vida da população. O resto é picuinha e jogo político em defesa de interesses próprios. ‘Bóra’ trabalhar?
140 toques
“Nova pesquisa Datafolha mostra empate técnico no Sudeste entre Aécio e Dilma!”. (Deputado federal César Colnago – PSDB – no Twitter).
PENSAMENTO:
“A paixão pela política deriva normalmente de uma necessidade insaciável, ou por poder, ou por amizade e adulação, ou por uma combinação de ambos”. Fawn M. Brodie

