A fase petista do ex-governador Paulo Hartung pode até convencer o PT nacional de sua intenção de articular um palanque forte, baseado na aliança com o PMDB no Estado, para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas não convence o mercado político de sua disposição de impor uma virada política tão radical.
Os movimentos recentes começam a revelar como se dará essa costura do grupo do ex-governador para o próximo ano. Hartung, ao lado de Ricardo Ferraço, se reúne com o vice-presidente Michel Temer e joga no mercado a possibilidade de o PMDB lançar candidatura própria e seus aliados reforçam a estratégia, com a ideia de que o governador Renato Casagrande já teria abraçado a candidatura do correligionário pernambucano Eduardo Campos.
Convenceu o PMDB nacional, mas a dificuldade com as lideranças locais é enorme. O mesmo vale para o PT no Estado, ciente da necessidade de permanecer no palanque de Renato Casagrande para tentar manter os espaços que têm. Mas pode ser obrigado por causa da costura nacional a ir a contragosto para o palanque do PMDB.
Adepto e principal defensor no Estado da cultura da política de grupo, a estratégia do clube de Hartung é de colocar os aliados em pontos estratégicos. E seus aliados também têm papeis importantes a desempenhar. Como o prefeito Rodney Miranda sinalizando uma aproximação do DEM com Casagrande, ou Guerino Balestrassi , indo para o PSDB e lançando candidatura própria.
Fica a impressão para o PT nacional de que Casagrande está se alinhando siglas fora do arco de aliança do PT, o que aproxima o partido do projeto peemedebista, ou melhor, do grupo de Hartung. Mas a influência nesses partidos por parte do ex-governador continua muito forte, agindo por meio de seus emissários, como Neivaldo Bragato, no DEM, e Anselmo Tozi e Paulo Rui Carnelli no PSDB.
Ao mesmo tempo em que joga para uma aproximação com o PT nacional, o ex-governador mantém seus aliados em locais estratégicos. Colocando as peças no tabuleiro estrategicamente ele forma um cerco ao governador Renato Casagrande com o objetivo de enfraquecê-lo
Fragmentos:
1 – O deputado estadual Marcelo Santos foi um dos mais fiéis ao ex-governador Paulo Hartung em seus dois mandatos, hoje se destaca na resistência do partido às movimentações do grupo de PH.
2 – Os tucanos têm realizado encontros regionais para discutir 2014 Estado adentro, mas a candidatura própria do PSDB, com o ex-prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, está meio apagada nos meios políticos.
3 – Hoje o cenário de disputa eleitoral para o governo em 2014, aponta para três forças apenas: o governador Renato Casagrande (PSB), o senador Ricardo Ferraço (ou Paulo Hartung), ambos do PMDB, e o senador Magno Malta (PR).