O ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PV), cunhou uma máxima de que a cidade sempre se volta contra seus gestores. De fato essa é uma característica dos canelas-verdes, uma população exigente, mobilizada, que vive em uma cidade repleta de desigualdades e que não quer esperar muito por mudanças.
Em 2010, Rodney Miranda (DEM) disputou a eleição de deputado estadual e saiu das urnas como o parlamentar mais bem votado do Estado. Dois anos depois, ele confirma o prestígio político disputando e vencendo uma dura batalha eleitoral no município. Aproveitou naquele momento o fato de ter sido secretário de Segurança do governo Paulo Hartung e “vendeu” a imagem de excelência na gestão, que é a vitrine do grupo.
Rodney logo descobriu que administrar uma cidade é diferente de comandar uma pasta ou ter uma atuação parlamentar discreta. A cidade começou a fazer cobranças e as atitudes do prefeito não corresponderam às expectativas. Rodney chegou à prefeitura disparando contra seu antecessor, fez de canetada uma exoneração em massa, mas logo percebeu que isso atingia seus aliados políticos e voltou atrás, o que ficou feio.
Os aparelhos municipais, como unidades de Saúde e escolas, não tiveram melhorias. O magistério e os profissionais da saúde, que declararam apoio ao demista na campanha, foram os primeiros a cruzar os braços e a população começou a sentir os efeitos disso.
Os tropeços do primeiro ano foram agravados com a trágica decisão de viajar sem consultar a meteorologia. Para piorar sua situação, a forma como se afastou do cargo levantou muitas denúncias. As soluções ultrapassadas em seu retorno para diminuir as águas da chuva não funcionaram e o prefeito acumulou só desgaste.
Diante de tantas polêmicas, o prefeito mergulhou para esperar a fumaça se dissipar. O problema é que a população não parece estar disposta a aliviar para o lado do prefeito. E mais, Rodney é o presidente estadual do já desgastado DEM no Espírito Santo. É preciso repensar a estratégia política do prefeito, porque do jeito que está vai ser muito difícil pensar em um futuro político do demista, depois da prefeitura de Vila Velha.
Fragmentos:
1 – Se Hartung fechar mesmo uma aliança com o ninho tucano, e se for mesmo disputar a eleição ao governo, o PT nacional vai ter duas opções no Estado: confiar no palanque de neutralidade de Renato Casagrande ou chamar Magno Malta (PR) para conversar.
2 – Magno, aliado a outros candidatos do chamado segundo pelotão, é um risco para a candidatura da presidente Dilma e disputando o governo pode ser uma solução para a presidente fugir do cenário polarizado que se desenha no Estado, que vai fechar o espaço dela na disputa.
3 – E por falar em disputa nacional, alguém duvida que Eduardo Campos (PSB) agora vai cobrar a fidelidade partidária do amigo e também socialista Renato Casagrande?