Quinta, 02 Mai 2024

No tapetão

Desde o início da peleja pela vaga aberta na Assembleia na coligação PSDB, PPS, DEM e PMN, há uma dúvida sobre quem poderia assumir a vaga, mas uma certeza sempre houve nessa discussão: de Paulo Roberto é que a vaga não era. Ele mudou de partido e independentemente do que justifique, perdeu a vaga, porque ela não pertence a ele.



Pode haver uma discussão sobre a quem pertença, ao partido ou à coligação, mas ao deixar o PMN, ingressando no PMDB, não adianta, Paulo Roberto perdeu a cadeira.



No mês passado, a reportagem de Século Diário conversou com Olmir Castiglioni, o vereador do PSDB, que requereu a vaga. Ele alertou na época para a preocupação de que forças políticas influíssem no processo, já que Paulo Roberto, como afirmou o vereador era ligado a grupos políticos tradicionais.



Não é que Castiglioni estava certo. A movimentação no Tribunal de Justiça mostra a força desse tal grupo. Na verdade Paulo Roberto é ligado ao grupo do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que ainda conta com um resquício de seu arranjo institucional para manter seus aliados em posições estratégicas.



A começar pelo presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), que amparado no parecer da Procuradoria da Casa deu posse a Paulo Roberto no último dia 7 de janeiro. Mas a desembargadora Elizabeth Lordes, que não faz parte desse jogo, concedeu liminar a Olmir Castiglioni e mandou dar posse ao deputado.



A demora na convocação de Olmir, já insinuava a expectativa da Assembleia pelo que viria pela frente. Nesta quinta-feira (7), os cinco desembargadores ignoraram a regra já pacificada nas instâncias superiores sobre o assunto. É muito pouco provável que no Supremo Olmir tenha uma derrota, mas no Tribunal de Justiça, pelo que parece, vai prevalecer uma prática que já beneficiou Paulo Roberto no passado.



Dessa vez, Paulo Roberto faz o caminho inverso. Se em 2008, o grupo do qual ele faz parte conseguiu tirar Jardel dos Idosos da vaga, para dar lugar a Paulo Roberto, logo alçado ao cargo de líder do governo Paulo Hartung na Assembleia; dessa vez ele faz o contrário, tenta se manter no cargo, apesar da infidelidade partidária evidente.



É a força de um grupo que não aceita a perda do poder e faz de tudo para conseguir algum espaço e quem estiver no caminho, tem que ser tirado, mesmo que seja no tapetão.





Fragmentos:



1 – Esmael Almeida (PMDB) deixou a Assembleia com uma promessa de virar subsecretário da Casa Civil, acabou mesmo com um cargo de assessor especial nível III, na Secretaria de Desenvolvimento urbano.



2 – Aliás, o cargo que o peemedebista vai ocupar foi criado especialmente para ele. O decreto com a transformação com cargos em comissão foi publicado no diário Oficial desta sexta-feira (8).



3 – Desde que o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos decidiu pelo retorno à Assembleia, havia uma preocupação do governo do Estado em acomodar Esmael. Mesmo com toda a manobra, não foi possível encontrar um lugar com uma remuneração parecida com a da Assembleia. Esmael vai receber "módicos" R$ 8,1 mil.

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