Os meios políticos já perderam as contas de quantas crises já se estabeleceram entre o Executivo e o Legislativo desde o início do governo Renato Casagrande, em 2011. Em particular, a queda de braço entre o governador e o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), é o que vem dando o tom ao impasse.
Casagrande não queria Ferraço na presidência, mas o demista bateu mais forte na mesa e conseguiu o cargo. Casagrande apertou o cerco, sobretudo na promessa de campanha de Ferraço em resolver, de uma vez por todas o imbróglio, das dívidas com os servidores e reformar o prédio que está caindo aos pedaços.
Ferraço contra-ataca incitando alguns deputados nos bastidores a se insurgirem contra o governo. E assim a disputa ente os dois vai ganhando contornos cada vez mais acirrados. Evidentemente que o Legislativo é o elo mais fraco dessa corrente, até porque não conseguiu entender o momento de tomar para si o poder que efetivamente o legislativo tem. Com imagem desgastada e com muitos interesses individuais a administrar, não consegue pressionar Casagrande.
No sistema político brasileiro, o Poder Legislativo tem condições de superar o Executivo no embate de forças, como acontece no âmbito federal. Mas no Estado, a política de alianças diminuiu o poder da Assembleia, que dado as suas próprias movimentações equivocadas caiu em descrédito com a sociedade, facilitando ainda mais a supremacia do poder Executivo.
Basta ver a dinâmica da Casa. Os projetos do governo são aprovados a toque de caixa, com pedidos de urgência sempre aprovados sem pestanejar, com pareceres oferecidos oralmente durante as sessões. Os vetos são invariavelmente mantidos, sem qualquer tipo de movimentação dos deputados para tentar brigar por seus projetos, sobretudo depois da instituição do voto aberto para todas as discussões.
A casa não tem conseguido traçar uma estratégia de fortalecimento do poder como um todo. O presidente da Casa havia se comprometido com essa bandeira também, mas não parece estar trabalhando para isso. Está mais preocupado em criar polêmicas pontuais, visando os próprios projetos de 2014.
E aí é que está o grande problema da crise. Como as forças políticas do Estado não estão sabendo lidar com o fim da unanimidade e a vitrine da Assembleia não tem oferecido o alicerce necessário para a consolidação dos palanques proporcionais.
Muita gente que hoje reclama no plenário pode ter de chorar na cama, que é lugar quente, no próximo ano. Ou o discurso ganha unidade e efetividade, ou vão continuar os deputados servido de massa de manobra da briga particular ente Casagrande e Ferraço.
Fragmentos:
1 – PMDB vem investindo no discurso da economia e desenvolvimento, mostrando a manutenção do acordo com as elites capixabas de privilégio de uma classe acima do interesse da população.
2 – É difícil falar em interatividade dos candidatos e dos partidos no Estado quando se visita os sites partidos. Falta atualização de notícias, informações básicas sobre diretórios municipais e quadros e interatividade.
3 – Um grupo tucano tenta inflar Luiz Paulo Vellozo Lucas para o Senado, mas esbarra na dificuldade financeira. O ex-prefeito de Vitória já teria problemas para disputar a vaga na Câmara dos Deputados, imagine a disputa ao Senado.