
A decisão do governador Renato Casagrande de ser candidato independentemente de quem for seu adversário, deixou em segundo plano a intenção do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) de também ser candidato ao governo do Estado. Casagrande deixou de ser ameaçado pela candidatura do antecessor. Quem agora está ameaçado com a candidatura de Casagrande é Hartung. Sobretudo, com a probabilidade de vir à tona os mais diversos fracassos do seu governo, tão bem escondidos pela imprensa corporativa e, porque não dizer, pelo próprio Casagrande, como o notório caso da segurança pública. O grande feito de PH até agora foi exatamente evitar que seu governo possa, como os demais, vir a ser julgado. O que fatalmente ocorrerá numa disputa eleitoral aberta e franca.
Consequência
No caso de uma disputa ente eles, o dique vai ser aberto para separar o joio do trigo. O líder do governo na Assembleia, Elcio Alvares (DEM), pode desde já arrumando as gavetas para deixar a liderança. Hartunguete de carteirinha, deverá ser substituído por Atayde Armani (DEM), que sempre primou pela lealdade a Casagrande.
Consequência II
A mudança tem como razão evitar que passe pelo demista interesses políticos capazes de criar estragos irrecuperáveis.
Consequência III
Os hartunguetes que estão no governo não estão, a priori, ameaçados. Vai depender do comportamento deles. Os que podiam criar problemas, até por refletirem a própria presença de PH, já deixaram a gestão: Neivaldo Bragato (Cesan) e Robson Leite (Planejamento).
Sem tiro
Não há da parte do governador Renato Casagrande qualquer intenção de partir para o ataque ao ex-governador. Embora lesado pelos ataques dos atiradores de plantão de Hartung, quer fazer uma campanha mostrando as realizações do seu governo para confrontar a do opositor.
Sem tiro II
A pretensão é de se submeter ao julgamento popular, embora saiba que assunto como a segurança pública vai preponderar. Dará oportunidade a Casagrande para confrontar o que ele fez com o que PH não fez.
Tratamento
Quer na disputa, se realmente houver, também um confronto de desempenhos de governos em respeito à relação política que se estabeleceu no Estado.
Tratamento II
Não pretende, porém, fechar a porta de convivência entre eles. O que não impedirá, em disputa palmo a palmo, a disputa de apoios no campo político. Mas será uma eleição sem muro. Muralistas, com a deputada estadual Luzia Toledo (PMDB), vão ter que se definir.
Vai entrar
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), que já se identificou como adversário do ex-governador Paulo Hartung, vai para o jogo ao lado de Casagrande. A oportunidade é bem-vinda como exercício de confronto entre dois desiguais.
PENSAMENTO:
“Quatro anos são muito tempo para o improvável”. Rosângela Bittar