O castigo que o deputado estadual Sandro Locutor (Pros) está sofrendo por conta de suas viagens como presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o pôs no córner e agora ameaça levá-lo à lona. O nocaute iminente pode impedi-lo de continuar se destacando como a voz oposicionista na Assembleia.
Mas ele terá fôlego para segurar essa postura oposicionista numa Casa de Leis em que falar mal de PH é pecado mortal? O único que comete esse “pecado”, até com certa frequência, e sem remorso, é o seu colega Sérgio Majeski (PSDB), porém mais restrito ao campo da educação, mas com absoluto êxito. Inclusive, graças posição de crítica de Majeski, a farsa que Hartung armou na educação com o Escola Viva manchou o programa.
Locutor não chega a ser um
Majeski, que no dia em que pisou dentro da Assembleia partiu para cima do governo sem nenhuma cerimônia. Já Locutor, até pouco tempo, rezava no mesmo catecismo dos demais colegas, tendo como princípio a aniquilação daqueles que se insurgissem contra PH.
Quando Locutor mexeu com as passagens da primeira-dama, em plena disputa eleitoral, em 2014, já deveria saber que a batata dele, mais cedo ou mais tarde, já estaria assando. Mas não agiu como tal. Ficou na Assembleia respeitando o governador como a grande maioria, aprovando tudo que vinha do Palácio Anchieta. A postura mais rebelde de Locutor foi revelada quando os secretários de governo ignoraram os pedidos de informação dos deputados. Inconformado, Locutor passou a exigir as informações via Ministério Público, causando um constrangimento danado para o governo.
Foi quando o governador se viu na necessidade de abatê-lo de vez para evitar uma rebelião maior. Porque está mais do que claro que grande parte dos atuais deputados não pensam em confrontá-lo temendo represália. Tirando uns 10 deputados mais fiéis, os outros bem que gostariam de pegar o governador de jeito.
Depois que Locutor for encaçapado pelo governador, a bola da vez passa a ser Majeski, mesmo que ele continue restringindo suas críticas à educação, pois haverá sempre a possibilidade dele aumentar o seu campo de atuação. Majeski difere de Locutor. Ele é um deputado novato que não se aterrorizou diante dos poderes de dilaceração de PH para com os seus opositores.