A um clique, o leitor tem acesso a um mar de informação. Como brilhar aos olhos ligeiros do leitor em meio a essa profusão de notícias? Esse é desafio lançado todos os dias nas redações. Um dos caminhos para a perseverante missão de conquistar audiência se sustenta no tripé: ética, qualidade do conteúdo e compromisso com os fatos. Nestes mais de 13 anos de labuta, Século Diário tem se esforçado para manter esse tripé equilibrado para levar o bom jornalismo ao leitor.
O mais salutar indicador de que estamos fazendo um jornalismo responsável vem do próprio leitor. Não por pesquisas de opinião ou análise de perfil de comportamento, mas a partir das manifestações espontâneas (e livres) que se materializam nos comentários postados diariamente no jornal. A qualidade dos textos dos leitores enriquecem o conteúdo e deflagram debates de alto nível que provocam reflexões, sobretudo na Redação, que fica atenta às novas postagens como um pescador ao mais sútil movimento da linha.
Destacamos aqui, especialmente, os comentários (verdadeiras análises) sobre a atual conjuntura política-eleitoral que enche de incertezas o eleitor capixaba. As postagens estão ao pé da matéria “Ataque da base a Casagrande consolida candidatura de Paulo Hartung ao governo” (09/04/2014).
Nas análises, o leitor José Roberto Bonifácio abre a polêmica em torno das chances de Paulo Hartung disputar o governo do Estado. Ele acredita que “o alinhamento de circunstâncias exógenas e endógenas da política regional ainda favorece a coalizão governante de centro-esquerda, a começar pelo suporte muito próximo do governo federal nos esforços de reconstrução pós-chuvas. Em seguida pelos investimentos produtivos e de infraestrutura que foram retomados ou se acham em vias de o serem – exemplo do aeroporto de Vitória e outros empreendimentos”.
O leitor Maurício Sousa rebate Bonifácio: “Os fatores exógenos e endógenos não favorecem a coalizão de centro-esquerda. Ao contrário, essa coalizão está se decompondo em suas bases, ainda que o quadro geral não represente uma ruptura com isso que se chama aqui de unanimidade. Após as eleições, os interesses serão acomodados, nada será discutido e o Espírito Santo continuará sendo mais violento que o Afeganistão”.
Jomar Federeci elogia a análise de Bonifácio e complementa: “Faltou esclarecer a real posição do DITADOR [se referindo a Hartung]. Pois ele tem uma rede de maldade ( mídia, MP, TJ, Ales, TC….) capaz de enfraquecer muitos desafetos e por outro lado conta com uma rejeição muito grande não exposta pela classe política”. E continua: Aposto com quem quiser.!!!!!!!!!!! Ele [Hartung] só vem candidato se for ao Senado, assim mesmo se colocar um testa de ferro para disputar o governo com um vice do PT e ele bem quietinho tentando conseguir a sua vaga”.
Jandir Fraga também dúvida que Hartung encare uma disputa ao Palácio Anchieta. “Hartung vem para Senado tendo como suplente João Coser -PT, assim, pode o Hartung virar ministro para o PT colocar pelo menos um senador, e como todos sabem, hoje o PMDB tem 9 dos 39 ministérios, para o PT abrir mão de mais um, basta o PT ser suplente. Assim, é oferecido um ministério, e mais um petista no Senado. Casagrande tem que ter um vice do PDT, assim, todas lideranças estarão num só bloco”, sugere.
E o debate segue e mostra que o leitor do século XXI não tem nada de passível e tampouco demonstra simpatia por conteúdos burocráticos e declaratórios, que só se prestam a replicar de maneira rasa e descartável os fatos. O leitor com “L” maiúsculo quer interagir com a notícia (não com qualquer notícia), quer ter espaço para defender seu ponto de vista livremente, quer provocar debates, reflexões, quer simplesmente ter o direito de participar da notícia. Nada mais justo. Afinal, nós só existimos porque temos do outro lado leitores dispostos a ler o que produzimos, e não qualquer leitor.
“Jornalismo não é ciência exata e jornalistas não são autômatos. Além disso, não se faz bom jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta a ser perseguida. Todos os dias. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. E é isso que conta.” (Carlos Alberto Di Franco)