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Retrocesso

Uma palavra que ganhou destaque nos noticiários e que é facilmente visitada pela classe política no Espírito Santo há mais de uma década é “retrocesso”. Parece ser o recurso retórico preferido quando acabam as propostas e não se tem mais o que afirmar para o futuro. 
 
Em todas as disputas, sejam eleitorais ou internas nas instituições, em algum momento, a palavra acaba aparecendo. Eleição no Tribunal de Contas… “temos que ter cuidado com o retrocesso”. Eleição municipal… “é preciso evitar o retrocesso”. O recurso retórico sempre joga para o outro lado uma ameaça que mantém o eleitorado atento. Mas atento a quê? 
 
Enquanto o público se preocupa com o “retrocesso”, evita discutir as propostas de mudança necessárias à evolução do cenário político e administrativo do Estado. O problema é que ninguém na classe política tem o selo “retrocesso” carimbado na testa. É uma palavra solta, pega quem quiser. 
 
Os inventores desse recurso, porém, não vêm a público para dizer com todas as letras: o retrocesso é representado por fulano, por causa disso e disso, porque isso levaria o eleitor a uma escolha. Poderia ele pesquisar e avaliar por conta própria se realmente a figura carimbada representa algum perigo ao processo democrático. 
 
A estratégia se assemelha, dadas todas as devidas promoções, à política do terror, que há anos vem elegendo e reelegendo os presidentes norte-americanos. O importante é que o retrocesso, ou o crime organizado, no caso do Espírito Santo, seja jogado para o outro lado, mantendo a lógica maniqueísta. 
 
O problema é que quando se cria um sistema de unanimidade, colocando todo mundo no mesmo balaio, fica difícil manter esse discurso. Afinal, todos estão juntos. Não há como estabelecer diferenciação entre bem e mal nesse contexto. Logo, é preciso um novo discurso, já que mesmo desfeita a unanimidade, haverá a memória dos tempos de união. 
 
Fragmentos:
 
1 – Os projetos com os orçamentos de pátio e pista do aeroporto de Vitória serão entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) no próximo dia 15 de novembro. Será que agora vai?
 
2 – Após a entrega dos orçamentos, o TCU terá três sessões antes do recesso para analisar o processo referente ao aeroporto de Vitória. Estão marcadas sessões no dia 20 e 27 de novembro e 4 de dezembro para analisar o processo. 
 
3 – A Assembleia Legislativa quer começar a discussão sobre a emancipação de novos municípios no Estado. A hora para essa questão vir à tona não poderia ser pior. 

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