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Revoada tucana

A ideia de que ao eleger-se presidente estadual do PSDB César Colnago também conduziria o processo eleitoral no Estado não corresponde à realidade. Colnago não tem todo esse poder nas mãos. Isso devido ao fato de ele aceitar fazer o papel de “cuidador” do destino político do governador Paulo Hartung e, ao mesmo tempo, ser um fraterno aliado do prefeito de Vila Velha, Max Filho – apesar de recentemente ambos terem travado a disputa pelo comando do partido.
 
O resultado da vitória de Colnago, como registrei neste espaço semana passada, teria ainda abafado o movimento a favor de uma possível candidatura do deputado estadual Sergio Majeski ao governo do Estado, como desejavam as correntes tucanas que o defendiam como a melhor solução para o momento político do PSDB e do Espírito Santo.
 
Quando parecia que o problema era tão somente criar uma ponte entre Paulo Hartung e Max Filho, missão, aliás, dificílima, mas não impossível, eis que o “espantalho” Majeski surge novamente no cenário político que parecia regressar à calmaria, depois da tensa disputa pelo controle do PSDB. Correntes do partido a favor de Majeski, porém, se preparam para seguir com ele para outro partido. A ideia do grupo dos insatisfeitos com as perspectivas políticas do PSDB – fechado com o governo PH com a vitória de Colnago – é viabilizar a candidatura de Majeski por outra legenda, já que no ninho tucano não haverá espaço para o deputado. Mas acredito que essa debandada em massa passa. Invariavelmente, pela escolha de Majeski. Dependendo do partido, os tucanos não vão arriscar bater asas atrás dele.
 
Entre os descontentes está o ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velloso Lucas. Sem dúvida, um apoio de peso. Mas só apoio não assegura uma legenda que ao mesmo tempo se encaixe no perfil de Majeski e que não seja facilmente jantada por PH. Marinheiro de primeira viagem em política, não será fácil para Majeski achar um partido com essas características no Espírito Santo. 

 

Esta situação corresponde àquela visão de PSDB que não deixou PH entrar no partido no início deste ano. Situação já percebida no mercado político, a ponto de estimular o ex-governador Renato Casagrande (PSB) a anunciar a sua candidatura ao governo, escanteando a senadora Rose de Freitas (PMDB), com quem já tinha se comprometido anteriormente de ser candidato ao Senado numa eventual composição com a peemedebista.
 
Não é demais voltar a lembrar que PH e César Colnago têm um trato para abril, data da desincompatibilização. Hartung entregaria o governo ao vice por oito meses, deixando nas mãos do tucano a condução do Estado durante o processo eleitoral. Esse arranjo criaria um cenário favorável para Colnago ser candidato ao governo do Estado. Situação que coincide com o manifesto desejo de PH de investir num projeto nacional como vice de um dos presidenciáveis. O nome da vez seria do apresentador da TV Globo Luciano Huck.
 
Isso já está posto e PH anda alimentando muito essa saída política. O que não é uma opção sem nexo. Diferentemente do cenário nacional, PH está muito mal junto ao eleitorado estadual. Qualquer político aqui sabe disso. A queda de Hartung significaria a reabilitação automática de Casagrande, já que o eleitorado os vê como confrontantes naturais no pleito de 2018.
 
O que não deixa de trazer embaraços à decisão do atual governador, que fica ciscando no terreiro nacional, mas não descarta a possibilidade de disputar à reeleição.
 
Casagrande que sempre foi uma alavanca eleitoral para a construção da era PH, agora se encontra na condição de ser mais um beneficiado pelo momento político que vive o governador. Pode ser a esperada forra, no caso de PH optar pela disputa ao governo do Estado pela quarta vez.
 
É assim que vejo o atual momento político do Espírito Santo.

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