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Sem preparo

Nessa quinta-feira (26), a população de alguns bairros de Vila Velha teve de conviver com a água parada dos valões, o medo da contaminação e a apreensão sobre as providências anunciadas pela prefeitura. A notícia de que o prefeito Rodney Miranda (DEM) iria “rasgar” a Rodovia do Sol para escoar a água provocou uma corrida para casa no meio da tarde dessa quinta-feira (26). Muitas pessoas que moram em bairros depois do ponto em que aconteceria a intervenção (na altura da Rodovia Darly Santos), temeram ficar pelo caminho. 
 
Depois de anunciar a medida, o prefeito voltou atrás, dizendo que o nível do Rio Jucu estava muito alto e por isso a intervenção não adiantaria. Que tipo de medida é essa? A situação em Vila Velha mostra que muitos gestores públicos não estão preparados para lidar com emergências desse tipo. Nunca se espera pelo pior. 
 
Hoje 11 bombas fazem a drenagem da água de cinco bairros, antes eram duas. Vila Velha é a cidade mais antiga do Espírito Santo e uma das mais antigas do Brasil, sofre com problemas de alagamentos há muito tempo e mesmo assim, todo ano a história se repete. A lição nunca é aprendida. 
 
Os candidatos têm como bandeira o fim dos alagamentos, mas uma vez empossados, assumem o discurso de que o município está abaixo da linha do mar, como se isso justificasse a falta de políticas públicas e investimentos para resolver o problema, que, sim, tem solução. O problema se resume na declaração da presidente Dilma Rousseff, de que os projetos são falhos. 
 
Sem um projeto consistente, os prefeitos não conseguirão os recursos necessários para preparar os municípios para esse tipo de emergências. Rodney entre muitas declarações feitas nessa quinta, questionado sobre o fato de estar escavando a restinga e correndo o risco de inundar a reserva de Jacarenema, disse que “naquele momento” não estava preocupado com a questão ambiental. Mas o problema é justamente esse, porque nunca se pensa na questão ambiental, sem perceber que é exatamente essa a questão.

De olho nos investimentos industriais e na atração do setor da construção civil, o poder público ignora os efeitos da falta de planejamento e os impactos ambientais, que depois provocam catástrofes como a que o Espírito Santo está vivendo. 

 
Fragmentos:
 
1 – Com menos de um ano de gestão, o prefeito de Cariacica Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), já teve cinco trocas em seu secretariado e a gestão continua emperrada por problemas políticos.

 

2 – Os vereadores de Vila Velha estão tratando com muito cuidado da questão da chuva no município. Como o vereador é o agente político mais próximo do eleitor, qualquer movimento em falso pode significar problemas políticos futuros. 

3 – Em março de 1964 Jango tinha apoio popular nas pesquisas, mas os jornais diziam o contrário. No Espírito Santo, o tempo parece não ter passado e essa história vem se repetindo sistematicamente.

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