Daqui a 11 dias a militância do PT vai às urnas para escolher seu presidente nacional e regional. Este poderia ser um ponto final para a tensão interna entre as correntes do partido, mas não será. O partido vai para o Processo de Eleição Direta (PED) sem um rumo.
Antes de discutir quem fica no comando do partido e consequentemente das articulações para a disputa eleitoral de 2014, o partido deveria ter se concentrado na filosofia socrática: “Conhece-te a ti mesmo”.
Desde a ascensão do presidente Lula e do processo que antecedeu a isso, o partido vem a passos galopantes se afastando de sua ideologia. Se aquela não serve mais, é preciso encontrar outra. Não se trata de um partido criado às pressas para concorrer a uma eleição, e sim de um partido com mais de 30 anos de atuação no País e criado com um propósito muito claro.
Quando se ouve os parlamentares do partido dizendo que não há ainda uma orientação, a coisa é preocupante. Estamos falando de um partido no Estado que tem cinco deputados estaduais, uma deputada federal, uma senadora, o vice-governador e duas secretarias.
Os deputados estaduais, assim como boa parte do mercado político, quer permanecer no palanque do governador Renato Casagrande. Mas como continuar no palanque do governador, se o partido dele tem candidato a presidente? O discurso de neutralidade não cabe para um partido com atuação clara com o PT.
Mas também é preciso ter o pragmatismo na hora de coligar e nesse sentido o PMDB e seus sete deputados podem não ser a melhor opção para manter os espaços que o partido tem. Já a cogitada coligação com o PR, do senador Magno Malta, é pragmaticamente interessante, tanto no que diz respeito à fidelidade ao palanque de Dilma Rousseff quanto às movimentações proporcionais. Mas aí retomamos à discussão ideológica, já que até bem pouco tempo atrás, o discurso conservador de Malta não combinava com a ideologia do partido.
Sem ter construindo um projeto político e de governo para o Espírito Santo, os membros do PT não têm orientação de seu comando e se movem ao sabor dos ventos cada vez mais incertos do processo eleitoral do próximo ano.
Fragmentos:
1 – O primeiro ano dos novos prefeitos caminha para o fim e em Cariacica seguem os problemas internos entre Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), e a equipe de governo. A minirreforma em vez de arrefecer a crise está fazendo ela ferver.
2 – Com a troca no comando do PSB, o governador Renato Casagrande espera apagar o incêndio interno, o problema sério mesmo são as labaredas que se espalham por toda a base.
3 – A eleição do novo conselheiro do Tribunal de Contas e a escolha do novo presidente do colegiado colocam sobre o TCES o foco da classe política.