Muitas questões em aberto ainda precisam ser fechadas para que haja uma definição do cenário eleitoral do próximo ano no Espírito Santo. Mas aparentemente, a sucessão estadual já tem três grupos com disposição para a disputa. Antes mesmo de definir suas alianças e até mesmo nomes para encabeçar os palanques, os discursos já estão prontos e sendo usados.
A única candidatura efetivamente colocada é a do governador Renato Casagrande à reeleição. As idiossincrasias dentro do PSB local e nacional não afetam o fato de que Casagrande tem direito a buscar um novo mandato. Ele não tem medido esforços para realinhar o projeto de unanimidade que o elegeu em 2010.
O discurso de Casagrande é o de quem está com a chave do cofre na mão. Fala de investimentos, socorro aos municípios e de projetos para o futuro. Casagrande conta com o apoio do prefeito da Serra, Audifax Barcelos, do seu partido, o PSB, e do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS).
Como metade do eleitorado do Estado está na Grande Vitória, o apoio dos dois já traz um adianto neste campo, por isso, o governador vem trabalhando sua imagem no interior do Estado.
Quem também vem trabalhando a imagem no interior é o grupo do ex-governador Paulo Hartung. Ele e o senador Ricardo Ferraço são os nomes do PMDB na disputa e o discurso deles também está na ponta da língua. Sem mencionar que muitos dos problemas do atual governo são herdados da gestão PH, o grupo vem cobrando excelência na gestão Casagrande.
O atual governador é criticado pela escolha da equipe de governo e da lentidão nas ações, embora a equipe de Casagrande esteja repleta de aliados do ex-governador e as ações do socialista sejam de continuidade do governo anterior.
Quanto ao público, o interior é o alvo inicial do grupo até porque se for Ricardo Ferraço o candidato ao governo, ele precisa de visibilidade, sobretudo no norte do Estado.
Quem sai beneficiado na escolha do discurso neste ponto é o senador Magno Malta (PR). Seu discurso de oposição abrange os dois palanques adversários. Como nunca foi parte integrante do grupo, pode falar sobre os temas considerados fragilidades que tiveram início no governo Hartung e continuaram no governo Casagrande, como é o caso da segurança, por exemplo.
Malta vai apostar no confronto do que nomeou “condomínio do poder econômico no Estado”. Em questões pontuais, vai bater na segurança e em episódios mal-explicados dos governos passados.
O senador precisa ultrapassar seu teto eleitoral, ganhar um público que vá além das classes menos favorecidas e os evangélicos. Os discursos estão prontos, as bandeira colocadas e os espaços sendo disputados. O que vai sustentar esse discurso é o mecanismo que será buscado para chegar ao eleitor.