
Essa novidade de uma provável candidatura de João Coser (PT) ao governo do Estado não altera absolutamente em nada o que tange a quebra da hegemônica unanimidade. Se formos olhar atrás da sua fachada, que já pariu os governos de Paulo Hartung (PMDB) e do Renato Casagrande, daremos de cara, também, com o Coser. O que leva a admitir que a unanimidade ainda vai imperar nesta eleição de 2014. Daí o esforço dos seus integrantes da área empresarial em conciliar Casagrande e Hartung numa chapa só, com um para o governo e outro para o Senado. O empresariado não quer perder a bocada fornecida por governadores que fazem deles cada vez mais ricos. O esforço é evitar uma situação de disputa, em que possa haver vencedor e vencido.
Segurou
De antemão, não se deve ignorar que os 12 anos de governadores da unanimidade contiveram o surgimento de uma nova safra de políticos. Não havia espaços. Quem estava na ativa, permaneceu, mas sem liberdade de movimentos, principalmente nos governos Hartung.
Ameaça
Os riscos podem vir das ruas, que ao assumem a proposta de rejeitar a atual classe política, exigem novas caras. Só aí reside o perigo de quebra da unanimidade. O único desafio a transpor e que gera um certo espírito de inquietude.
Ameaça II
A mesma inquietude não há no campo dos partidos políticos, como o caso da candidata ao governo do Psol, Camila Valadão. Até porque, por ela se encontrar mais ligada à questão ideológica, como quadro de esquerda, a rua não assimila. Incapaz, assim, de impedir a permanência da unanimidade no poder.
Prudência
“O seguro morreu de velho”, como diz o velho bordão. Nessas condições, é necessário prudência para conciliar Casagrande com Hartung e ainda acomodar o Coser. Não dá para brincar, principalmente com as ruas.
Confronto
Uma eleição que tenha Casagrande contra Hartung está pautada para ser sangrenta. É o triunfo pelas armas. Aí é que reside a necessidade de acomodação pretendida pelos empresários capixabas. Estão em jogo as fortunas que ganharam às custas do governo. E ainda têm muito para ganhar.
A preferência…
Vai para Casagrande, que tem sido extremamente generoso nas concessões aos aliados da unanimidade. Não só deu continuidade às benesses de PH, como também as ampliou.
Exemplo
Como ocorreu, por exemplo, com o Sincades. Uma jogada de notas fiscais que enriquecem um batalhão de velhos especuladores. O governo destina a ele R$ 700 milhões. São os tais “lucros estranhos”, muito a gosto das elites capixabas, que se habituaram à especulação.
Enganação
Tudo isso permite a ideia enganadora de que eles representam a maioria no Espírito Santo. E o curso dos acontecimentos que eles produzem, cercados de garantia judicial e de uma imprensa servil, vão reforçando esse conceito, que contém o surgimento de uma nova classe política.
PENSAMENTO:
“A arte de reter o essencial e esquecer o não essencial”. Welliam L. Shirer

