Terça, 30 Abril 2024

Virando recurso

 

No outro lado da moeda da candidatura do senador Magno Malta (PR) ao governo do Estado, está gravada a estampa do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), como o único adversário capaz de enfrentá-lo nas urnas. Não propriamente pelo voto em si. Nisso o governador Renato Casagrande faria até melhor do que ele. Só que, no mano a mano, dificilmente Casagrande ganharia do Magno. Já com o ex-governador é diferente, o jogo é pesado. Além de Hartung ser um grande armador, sabe mandar alvejar os adversários como ninguém. Sabe também onde estão os fundos de campanha. E ninguém controla melhor do que ele a mídia corporativa capixaba. O que está sendo dito aqui não é novidade, foi visto nos movimentos de Hartung para reeleger-se governador e eleger Renato Casagrande, quando afundou dezenas de políticos. O único obstáculo à sua candidatura é que ele não costuma concorrer contra fortes adversários. Só que tem um porém: a candidatura do senador republicano coloca em jogo o próprio destino político de Hartung. Magno governador, fim de papo para PH.   
 
Recordar
Nas últimas eleições, para derrotar Magno ao Senado, Hartung reuniu contra ele todos os prefeitos, a maioria dos candidatos a deputados estadual e federal, os Camata - Gerson e Rita -, a Igreja Católica (com uma carta distribuída contra a candidatura do Magno) e a máquina do governo. 
 
Recordar II
Mas, sozinho, Magno recebeu 1.285.177 votos, contra 1.557.409 de Ricardo Ferraço (PMDB).  PH já conhece, portanto,  o taco eleitoral do senador. 
 
Formatação
A entrada do presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), Guerino Balestrassi, no PSDB, atende integralmente à candidatura de Hartung ao governo, mas também do próprio ninho tucano. No caso dos tucanos, diferentemente do ex-governador, proporcionará a sua sobrevivência, que anda em alto risco. 
 
Saída
Enseja até que o PSDB possa garantir de uma a duas cadeiras na Câmara dos Deputados. Teria o próprio Guerino como candidato junto com os ex-prefeitos de Vitória e de Vila Velha, respectivamente, Luiz Paulo Vellozo Lucas e Max Filho, e ainda o deputado César Colnago. 
 
Plano B
Caso não vingue a estratégia da Câmara dos Deputados, há a que acalenta e até é da preferência de Hartung, pegar três desses quatros (Luiz Paulo, Max Filho e Guerino) para formar uma bancada de peso na Assembleia Legislativa. Com eles estariam também Guerino Zanon (PMDB), Edival Petri (PMDB) e Elcio Alvares (DEM).
 
Providência
Recomenda-se ao PSDB, porém, um bom cadeado na porta para evitar que Guerino Balestrassi escape, como de rotina, para outro partido.
 
Desarmado
Enquanto Hartung se arma até os dentes, Casagrande no governo, ao invés de criar estruturas políticas próprias, preferiu virar o zelador do patrimônio político de seu antecessor, esquecendo-se de formar o seu próprio patrimônio.
 
Salvador
E quando esse patrimônio entrou em turbulência, Casagrande passou a defendê-lo como se o atingido fosse ele próprio. Assumiu o ônus e o desgaste, bancando até os deslizes e falcatruas do governo passado.  
 
Salvador II
O governador apostou no esquema da unanimidade montada por Hartung, como se fosse societário dele. O momento está mostrando que a estratégia foi absolutamente equivocada, e pode ter custo altíssimo, a começar pela reeleição.  
 
Previsão
Entreouvido nos meios políticos: a deputada Janete Sá e o prefeito Luciano Rezende, nesse jogo de poder no novo partido, Mobilização Democrática (MD), é a mesma coisa que pólvora e fogo juntos. 
 
PENSAMENTO:
“Sem contradições, nada existiria”. Mao Tsé-Tung 

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