Domingo, 28 Abril 2024

MP de Bolsonaro fragiliza leis Paulo Gustavo, Aldir Blanc e do Perse

bolsonaro_idiota_fabio_rodrigues_pozzebom_agencia_brasil Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Mais um golpe do governo de Jair Bolsonaro (PL) foi deferido nesta segunda-feira (29) contra os trabalhadores do setor de cultura e eventos, dois dos mais prejudicados economicamente pela pandemia da Covid-19, com a publicação, no Diário Oficial da União, da Medida Provisória (MP) nº 1.135/2022. 

Novamente, o alvo foram as leis Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022), Aldir Blanc 2 (Lei 14.399/2022) e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos – Perse (Lei 14.148/2021). A normativa do Executivo permite ao governo federal adiar os repasses estabelecidos nas leis e ainda condicioná-los à disponibilidade orçamentária de estados e municípios. 

Conforme informações das Agências da Câmara e do Senado, a MP é datada de sexta-feira (26) e tem validade até 27 de outubro, sendo prorrogável por mais 60 dias, caso a apreciação na Câmara dos Deputados e no Senado não tenha sido concluída. O prazo para apresentação de emendas por deputados e senadores vai até a próxima quarta-feira (31). A partir de 13 de outubro, a matéria entra em regime de urgência no Congresso, trancando a pauta de votações.

No caso da Lei Paulo Gustavo, criada para incentivar a cultura e garantir ações emergenciais, o repasse de R$ 3,86 bilhões deverá ficar para 2023. Se necessário, parte do valor poderá ser transferida pela União apenas em 2024. Não poderão ser estabelecidos patamares mínimos para cada um dos exercícios.

A MP altera ainda os prazos da Lei Aldir Blanc 2, que agora passará a prever o envio de até R$ 3 bilhões anuais aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios de 2024 a 2028 – antes, o prazo começava em 2023. 

A medida provisória também adia para 2023 e 2024 uma indenização a empresas do setor de eventos que tiveram redução superior a 50% do faturamento, de 2019 a 2020, na pandemia.

Nas três leis, a MP introduz a expressão "fica a União autorizada", o que na prática retira dos textos em vigor o caráter impositivo. Na Lei Paulo Gustavo e na Lei Aldir Blanc 2, o texto original dizia que "a União entregará" a estados, Distrito Federal e municípios repasses de, respectivamente, R$ 3,86 bilhões e R$ 3 bilhões. Na lei do Perse, o texto falava em teto "assegurado" de R$ 2,5 bilhões em indenizações a serem pagas ao setor de eventos pelos prejuízos provocados pela pandemia.

Além disso, nos três casos, a MP dispõe expressamente que serão "respeitadas as disponibilidades orçamentárias e financeiras de cada exercício", o que em tese permite não realizar os repasses sob o pretexto de falta de recursos no Orçamento da União.

Vetos derrubados no Congresso

As leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 haviam sido integralmente vetadas por Bolsonaro e promulgadas em julho após a derrubada dos vetos pelo Congresso Nacional. A derrubada foi possível mediante um acordo costurado com o governo federal, após ampla pressão da classe artística e longa negociação, que envolveu membros da equipe econômica de Bolsonaro. 

O partido Novo foi o único a orientar contra a derrubada dos vetos. O placar na Câmara ficou em 414 pela derrubada e 39 pela manutenção e 2 abstenções. No Senado, a votação foi unânime pela derrubada: 66 a 0.

Durante a votação, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO), disse que a contrapartida para a derrubada dos vetos envolveu a manutenção dos vetos relacionados à privatização da Eletrobras, à nova Lei de Segurança Nacional e à lei sobre quebra de patentes.

As leis

A Lei Paulo Gustavo prevê repasse de recursos federais a estados, Distrito Federal e municípios para fomento de atividades e produtos culturais, como forma de atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia. O nome da lei homenageia o ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu em maio de 2021, vítima da Covid.

A Lei Aldir Blanc 2 prorroga por cinco anos o benefício criado pela primeira Lei Aldir Blanc (Lei 14.017, de 2020), com repasses anuais de R$ 3 bilhões da União para que os entes federativos realizem ações no setor cultural. O nome da lei é homenagem ao compositor Aldir Blanc, vitimado pela Covid-19 em maio de 2020.

A Lei do Perse assegura a pessoas jurídicas do setor de eventos que tiveram redução superior a 50% (cinquenta por cento) no faturamento, entre 2019 e 2020, o direito a indenização, com base nas despesas com pagamento de empregados durante o período da pandemia da Covid-19 e da Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), declarada pelo governo federal em fevereiro de 2020 e oficialmente encerrada em maio deste ano, mas ainda produzindo efeitos, em relação a algumas normas, até maio de 2023.

No ES, maior investimento da história

Para o Espírito Santo, a previsão referente à Lei Paulo Gustavo é de envio de R$ 75,8 milhões, mais do que o investido a partir de 2020 pela Lei Aldir Blanc, representando assim o maior investimento da história no Estado no setor. 

Em fevereiro, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) divulgou uma lista da previsão dos investimentos por município caso a lei seja mesmo sancionada. A exemplo da Lei Aldir Blanc, a divisão se dá por um mecanismo que inclui no cálculo população de cada local e o peso que possuem nos fundos de participação dos estados e municípios. Os que mais receberão em valores absolutos serão Serra (R$ 3,9 milhões), Vila Velha (R$ 3,7 mi), Vitória (R$ 3,3 mi) e Cariacica (R$ 2,9 mi).

Veja mais notícias sobre Cultura.

Veja também:

 

Comentários: 4

taurus38 em Terça, 30 Agosto 2022 09:57

mito!!!!!!!

mito!!!!!!!
Visitante em Terça, 30 Agosto 2022 15:52

Ótimo!!! Bolsonaro 22!!!

Ótimo!!! Bolsonaro 22!!!
Seu Madruga em Terça, 30 Agosto 2022 19:49

Parabéns, presidente! Dinheiro público é para saúde, educação e segurança pública. Bolsonaro reeleito.

Parabéns, presidente! Dinheiro público é para saúde, educação e segurança pública. Bolsonaro reeleito.
Agmarcarioca amigo do Mito em Quinta, 01 Setembro 2022 20:54

Cultura igual futebol ,pagou entrou, parabens Cavalao(apelido do Mito)so os bons sentirao nos roncares dos motores no ar,Brasil Acima de Tudo, Cavalao nao esquece do almoço no dia 01/10/2022 na Brigada Paraquedista do Exercito

Cultura igual futebol ,pagou entrou, parabens Cavalao(apelido do Mito)so os bons sentirao nos roncares dos motores no ar,Brasil Acima de Tudo, Cavalao nao esquece do almoço no dia 01/10/2022 na Brigada Paraquedista do Exercito
Visitante
Domingo, 28 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/