Segunda, 06 Mai 2024

???MetaL MetaL??? é uma avalanche de experimentações

???MetaL MetaL??? é uma avalanche de experimentações

 

De improvisos de saxofone, ritmos africanos e uma pegada hardcore é feito o segundo álbum do projeto em conjunto dos músicos Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França. Intitulado MetaL MetaL (2012), o disco é uma avalanche de experimentações e uma grande provocação a falta de irreverência e inovação do rock de hoje, a começar pelo nome irônico.
 
As nove faixas são coroadas com a voz suave, e em alguns momentos gritante, de Juçara, que homenageia o candomblé e os orixás nas letras. O resgate e a reinvenção da cultura africana é uma propriedade que vem desde a estreia do trio paulista em 2011, com o registro em estúdio Metá Metá. Agora, com MetaL MetaL, eles voltam com um som mais elétrico e pesado. 
 
O disco começa pela desconcertante Exu, cantada em Iorubá, idioma falado no oeste da África e adotado em alguns ritos afro-brasileiros. Seguida de Oya Oriri (Senhora dos Ventos na mitologia africana), uma canção com grande ênfase no instrumental, assim como todas no álbum. A guitarra de Kiko zumbe e faz até batucada, a bateria mescla cadência afrosamba com hardcore e os ruídos do saxofone de França quebram qualquer harmonia. 
 
São Jorge, Man Feriman e Rainha das Cabeças também procuram unir elementos do freejazz, representados pelo sax, com o rock e a música africana. O novo trabalho da trinca já foi classificado como afro punk, mas é impossível rotular os arranjos nada óbvios e as contribuições de Sergio Machado, na bateria, Samba Sam, na percussão e Marcelo Kabral no baixo. 
 
Ainda seguindo a ordem das músicas de MetaL MetaL, Cobra Rasteira é um dueto entre Juçara e Kiko, a música segue uma estética latina e é menos agressiva que as outras faixas, a melodia desperta até uma vontade de dançar. Já Logun é uma batalha de violões entre Kiko e Rodrigo Campos.
 
Mais um orixá é homenageado na penúltima faixa. Orunmilá é o senhor da sabedoria e da memória. Na canção, Juçara canta “Com o olho avante / Que enxerga atrás /E que compreende / Todos os sinais”, que pode também explicar a intenção da banda, que conseguiu olhar para o passado e criar algo novo. 
 
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