Ana Rita repudia linchamento de Alailton
A senadora Ana Rita (PT) fez pronunciamento nessa quarta-feira (16), em plenário, repudiando os atos de linchamento e de “justiça com as próprias mãos” que têm aumentado no País. A parlamentar salientou o caso do adolescente Alailton Ferreira, de 17 anos, que foi espancado por cerca 50 pessoas depois de ser acusado de ter estuprado uma menina e tentado roubar uma moto. Menos de 48 horas após o linchamento, o jovem morreu no hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Nenhuma denúncia contra Alailton foi protocolada. No pronunciamento, a senadora, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, ressaltou que o ordenamento jurídico brasileiro não prevê pena de morte. "Mesmo que Alailton fosse considerado culpado – o que só poderia ser efetivamente verificado após ampla investigação sobre o caso – o jovem deveria ter sido preso, processado e julgado, a partir do acesso à Justiça e do devido processo legal", disse no pronunciamento.
Em vez de denunciar os crimes supostamente cometidos, a população enfurecida se voltou contra o adolescente, promovendo um espancamento que durou duas horas, até a chegada da polícia. O caso se torna ainda mais impressionante com a informação que o adolescente tinha uma doença mental.
Os moradores espancaram o adolescentes que, quase desfalecido, foi “socorrido” por policiais militares que o colocaram no cofre da viatura e o levaram para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que, pela gravidade dos ferimentos, foi encaminhado para o hospital Jayme Santos Neves., onde morreu dias após as agressões.
"Mesmo esse tipo de prática tendo amplo respaldo social, como defensora dos direitos humanos e do estado democrático de direito, reafirmo que não podemos ser omissos a tais práticas absolutamente ilegais", enfatizou Ana Rita, ao reafirmar a necessidade de promoção da segurança e da cidadania a todos os brasileiros.
"Não podemos naturalizar a morte violenta de uma parcela expressiva da nossa sociedade, precisamos de forma muito objetiva implementar um modelo de educação que tenha como princípio os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana", concluiu Ana Rita.
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