Sexta, 03 Mai 2024

Levante Popular faz 'escracho' em frente à Viação Itapemirim, do deputado Camilo Cola

Levante Popular faz 'escracho' em frente à Viação Itapemirim, do deputado Camilo Cola
O Levante Popular da Juventude realizou, na manhã desta terça-feira (1), em Cariacica, uma atividade denominada “escracho” na garagem da Viação Itapemirim, de propriedade do deputado federal Camilo Cola (PMDB) como forma de denúncia e lembrança de todos os crimes cometidos durante a ditadura militar que ainda estão impunes e invisibilizados na história do Brasil.
 
Segundo o Levante, os "escrachos" são ações de rua que visam a denunciar a presença de ex-torturadores ou colaboradores do regime militar em determinada região. O principal objetivo é reivindicar memória, verdade e justiça, ou seja, não só buscar punição aos crimes como também conscientizar a população brasileira sobre esse lamentável episódio da história recente do país.
 
Para o grupo, o deputado e empresário não participou do regime como militar, mas como financiador. Além disso, em maio de 2013, o ex-delegado de Polícia Civil, Cláudio Guerra, prestou depoimento para a Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas do Estado (Sindijornalistas-ES) em que garantiu que Camilo Cola foi financiador de inúmeras ações clandestinas contra inimigos do regime militar e também contra desafetos pessoais.
 
Cláudio Guerra contou que tinha reuniões periódicas com os chefes do Serviço Nacional de Informações (SNI) e outros órgãos de repressão que combatiam os adversários do regime militar e recebia encomendas de mortes e desaparecimentos de pessoas, tanto no Estado quanto no resto do País. Essas reuniões ocorriam no edifício IAPI, em Vitória, onde funcionava o gabinete do procurador geral da República no Estado, Geraldo Abreu. 
 
Em uma dessas reuniões, na qual também estava presente o coronel do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), Freddie Perdigão, e o comandante Vieira, Cláudio Guerra foi comunicado de que eles queriam atender ao pedido de Camilo Cola, que pretendia se livrar das extorsões de Jeveaux. 
 
O ex-delegado, na ocasião dos fatos, teria ponderado que era amigo do dono do jornal e conseguiu ficar fora do desaparecimento de Jeveaux. Cláudio Guerra acrescentou à comissão que o desaparecimento do dono do “O Povão” aconteceu 10 dias depois de ele ter recusado a oferta. O crime teria sido feito por uma equipe de fora, com homens de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com a cobertura dos policiais locais Moacir e Levi Sarmento.
 
Os organizadores da ação também reivindicam que Camilo Cola deponha na Comissão Estadual da Verdade, colaborando assim com a apuração de diversos crimes cometidos durante a ditadura que vem sendo investigados.
 
As atividades de escracho também foram realizadas em outros locais do País. As atividades aconteceram em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Nesta segunda-feira (31), manifestantes protestaram em frente à casa do coronel Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-Codi de São Paulo durante o regime militar. 
 
No asfalto, em frente à residência, os manifestantes picharam a frase “aqui mora um torturador” e no muro penduraram um cartaz em que se lia “se não há Justiça, há escracho público”. 

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