Presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Carlos Eiras, destaca relações em áreas como tecnologia e energia limpa
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, nesta semana, contribui para incrementar mais negócios com empresários do Espírito Santo e setores do governo, segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Carlos Eiras. Ele destaca as relações comerciais do Estado com o país asiático nas áreas de tecnologia, geração de energia limpa, transportes e commodities, como café, celulose e minério.
“A visita do presidente à China habilita ainda mais o estreitamento dessas relações, que já duram mais de 15 anos”, comemora Eiras, que organiza para julho ou agosto deste ano, a visita ao Estado da cônsul da China, Tian Min, para manter contatos com autoridades e empresários, visando ampliar as relações e formalizar novos negócios e projetos de cooperação. Os chineses têm interesse em apresentar placas de energia solar, ônibus elétricos e formalizar negócios com frigoríficos capixabas.
Durante a visita, poderá ser reativada a Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China da Assembleia Legislativa, instalada em setembro de 2021, quando foi assinado um termo de cooperação com o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), visando às relações comerciais entre os dois países. O termo de cooperação de interesse mútuo prevê a colaboração e assessoria com o objetivo de ajudar a frente parlamentar.
Visita
O presidente Lula encontrou-se com o presidente Xi Jinping, no Palácio do Povo, em Pequim, nesta sexta-feira (14), no segundo dia da visita oficial da delegação brasileira ao país asiático. Os dois mandatários assinaram uma série de acordos para ampliar parcerias em áreas como comércio, telecomunicações, ciência e tecnologia, transição energética e combate às mudanças climáticas.
Durante o encontro, ambos fizeram breves pronunciamentos exaltando a importância da relação comercial e estratégica entre os maiores países da Ásia e da América do Sul, que completa 50 anos em 2023. Uma parceria que pode ser ampliada, segundo Lula. Na sequência, houve uma reunião mais restrita, entre os dois líderes e os ministros de relações exteriores dos dois países.
“Queremos que a relação Brasil-China transcenda a questão comercial, queremos ter uma relação profunda na ciência e tecnologia, parcerias entre as universidades para ter mais alunos brasileiros na China e mais alunos chineses no Brasil. Contamos com a China na nossa luta pela preservação do planeta Terra, defendendo uma política climática mais saudável. Por isso, é extremamente importante uma transição energética para que a gente possa produzir energia mais limpa, sobretudo energia eólica, solar e biomassa”, destacou Lula.
O presidente também mencionou metas no campo da preservação ambiental, aliadas ao desenvolvimento agrário para ampliar a produção de alimentos. “O Brasil está comprometido a alcançar, até 2030, o desmatamento zero na Amazônia e a dar nossa contribuição à preservação do planeta. Estamos convencidos de que o desenvolvimento da agricultura brasileira não precisa fazer desmatamento irresponsável e muito menos queimadas. O Brasil pode praticamente dobrar sua produção agrícola recuperando terras degradadas, sem precisar derrubar nenhuma árvore”, afirmou.
Por sua vez, o presidente chinês Xi Jinping se disse “feliz” ao ver o presidente Lula logo após ter se recuperado de um problema de saúde que adiou a visita, inicialmente marcada para o mês passado. Ele também falou sobre a parceria de longa data entre os dois países.
“A China tem uma relação estratégica e de longo alcance com o Brasil, que tem um lugar prioritário nas nossas relações exteriores. O senhor é nosso amigo de longa data. O relacionamento Brasil e China, em desenvolvimento saudável e estável, desempenhará um papel importante para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento próprio para os dois países e para o mundo”, afirmou.