'Auxílio a professores é migalha diante dos R$ 6 bi desviados da Educação'
O auxílio financeiro para compra de equipamentos e pagamento de internet, aprovado nesta terça-feira (27) na Assembleia Legislativa, é insuficiente diante do montante bilionário de recursos que o governo do Estado deixou de investir na Educação nos últimos dez anos. "Isso é uma migalha considerando os mais de R$ 6 bilhões que os governos [Paulo] Hartung e [Renato] Casagrande desviaram para fins previdenciários", apontou.
A crítica foi marcada pelo deputado Sergio Majeski (PSB) após aprovação do PL 134/2021, que prevê crédito de R$ 5 mil para que cada professor da rede pública estadual possa adquirir computador e mais R$ 2,5 mil (divididos em 36 parcelas de R$ 70) para o custeio de despesas mensais com plano de internet."Antes tarde do que nunca, melhor isso do que nada, mas o projeto está com uma perna quebrada e não há nele nenhuma bondade, nenhum favor", disse o parlamentar, em função da fala feita por Fabrício Gandini (Cidadania), relator da matéria, ao rejeitar as emendas de Majeski e Iriny Lopes (PT), que pediam ampliação do benefício em valor e em número de beneficiados, atendendo também outros profissionais da Educação e professores das Escolas Família Agrícola (EFAs) vinculadas ao Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), que possui contrato de parceria com o governo do Estado.
"São 15.371 professores, tem o impacto financeiro no projeto. Eu gostaria de fazer todas as incorporações, porque as emendas são para melhorias, como conceder para outros profissionais, aumentar benefício, estender valores, mas necessitaria vir com impacto financeiro. Sem isso o governo poderia vetar sem nenhum problema", argumentou o relator.
Majeski reforçou que o ex-governador e o atual, Renato Casagrande, "têm um déficit de mais de seis bilhões com a Educação", que deveria ser devolvido e investido em salário e qualificação em estrutura das escolas.
Majeski reforçou que o ex-governador e o atual, Renato Casagrande, "têm um déficit de mais de seis bilhões com a Educação", que deveria ser devolvido e investido em salário e qualificação em estrutura das escolas.
"Eu nunca vou me esquecer disso. Eu cansei de dizer, até entrar com ação na Procuradoria-geral da República em Brasília, e só no ano passado, depois de mais de três anos no STF [Supremo Tribunal Federal], que a ministra Rosa Weber considerou inconstitucional o que se fazia no Espírito Santo, com aval do Tribunal de Contas e da Assembleia Legislativa", denunciou Majeski.
Desde agosto
O parlamentar é autor do primeiro projeto nesse sentido, o PL 433, apresentado em agosto de 2020, simultaneamente ao alerta feito por Século Diário para a necessidade de auxílio a professores e estudantes.
Ao PL de Majeski foi apensado o PL 134/2021, aprovado pelos deputados nesta terça-feira, onze dias depois de ter entrado em pauta, e dois meses após o anúncio da proposta, feito pelo governador Renato Casagrande (PSB). A iniciativa do deputado incluía, além dos professores, outros profissionais da Educação, como pedagogos, agentes de suporte, coordenadores e até auxiliares de secretaria. O valor necessário para o investimento ficou de ser levantado pela Casa Civil, durante reunião realizada entre Majeski, o líder de governo Dary Pagung (PSB) e o secretário Davi Diniz.
Na ocasião, relata, o secretário afirmou que retornaria em dez dias com uma emenda substitutiva ao PL, para que ele não fosse declarado inconstitucional, já que somente o Executivo pode propor projetos que resultem em despesas para o governo. O prazo de dez dias não foi cumprido e, oito meses depois, o Executivo levou um novo projeto para apreciação do Legislativo.
"O projeto está muito atrasado. Era pra ter começado o ano letivo com tudo isso definido desde o ano passado", ressaltou Majeski, reafirmando a necessidade de estender o auxílio também para estudantes. "Há milhares de alunos que não conseguem acompanhar absolutamente nada, porque não possuem equipamentos nem internet", reclamou.
Mepes
Com relação à inclusão do Mepes, o líder de governo se comprometeu a fazer uma reunião com Iriny Lopes e o secretário de Educação, Vitor de Angelo. Segundo o gabinete da deputada, Dary Pagung considerou pertinente a proposta e prometeu lutar por ela.
Os alunos formados nas Escolas Família Agrícola (EFAs), acentua a parlamentar em sua proposta, geralmente retornam para as propriedades rurais de suas famílias para implantarem nas unidades de produção a técnica aprendida na escola, tratando-se "de uma experiência fantástica que muito orgulha o nosso Estado". A Pedagogia da Alternância, adotada nas escolas do Mepes como diretriz metodológica, juntamente com a agricultura agroecológica, "busca levar a sociedade a um caminho de igualdade e valorização das culturas regionais e a solidariedade entre as pessoas e comunidades rurais", salientou.
Professores submetidos a muito mais trabalho pelo mesmo péssimo salário
Sistema híbrido, virtual e presencial, obriga professor a preparar duas aulas pelo preço de uma
https://www.seculodiario.com.br/educacao/muito-mais-trabalho-pelo-mesmo-pessimo-salario
Se as aulas não chegam a todos não deveriam existir, reivindicam estudantes
Universalização da tecnologia é condição elementar para as aulas remotas
https://www.seculodiario.com.br/educacao/se-as-aulas-nao-chegam-a-todos-nao-deveriam-existir-reivindicam-estudantes
'Com o que o governo não pode se responsabilizar?', pergunta Majeski
Vitor (Sedu) e Reblin (Sesa) sequer leram PL de Majeski com critérios da OMS para reabertura das escolas
https://www.seculodiario.com.br/educacao/com-o-que-o-governo-nao-pode-se-responsabilizar-pergunta-sergio-majeski
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Vitor (Sedu) e Reblin (Sesa) sequer leram PL de Majeski com critérios da OMS para reabertura das escolas
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Comentários: 4
muito boas as informações
O benefício do computador deveria ser para TODOS os prof. ativos e não deveria ser em comodato, já que não temos reajuste e precisamos de um bom equipamento, independente de estar cedido ou em licença médica ou para cumprimento de mandato eletivo, que é uma situação transitória e o servidor não deixa de ser professor/a por causa disso. Com uma perda de mais de 50% e como o reajuste dado por Bolsonaro de 12,81% não foi repassado aos servidores que recebem por subsídio, está cada dia pior exercer essa profissão que é desvalorizada pelos próprios alunos que por se manifestam que preferem ser bandidos que professores, porque ganham muito mais. Terrível essa realidade!!
Muitos professores já receberam notebook a tempo atrás e venderam ,queremos é aumento ,nosso salário está cada mês mais defasado
Tá certo, escola não é lugar para doutrina militar. Mas pode ser lugar para doutrinar alunos para serem traficantes e usuários????? Ao invés de ficarem preocupados com as escolas militares, deveriam priorizar a preocupação com as escolas onde os traficantes fazem o que bem entendem, aliciam crianças, alunos e funcionários não tem segurança nenhuma... Eu quero escola militar para meu filho, ficaria bem mais tranquila. Antes na militar do que a que é dominada pelo tráfico!!!