Quinta, 25 Abril 2024

Professores protestam contra aulas presenciais em municípios de risco moderado

manifestacao_sedu_CreditosDivulgacao Divulgação

Os coletivos Educação pela Base, Luta Unificada dos Trabalhadores da Educação (Lute), Resistência e Luta Educação e o Fórum de Educação de Jovens e Adultos (EJA) realizaram um ato contra a retomada das aulas em escolas de municípios de risco moderado para contaminação da Covid-19, que no atual Mapa de Risco somam 35, incluindo os da Grande Vitória. Eles colocaram faixas e cartazes em frente à Secretaria Estadual de Educação (Sedu), na tarde desta segunda-feira (30). 

A manutenção da suspensão das aulas presenciais nestes casos havia sido anunciada no dia 24 de novembro, mas no dia seguinte a gestão de Renato Casagrande voltou atrás na decisão. De acordo com o integrante do Educação pela Base, Antônio Barbosa, o grupo atribui a mudança de posicionamento à pressão por parte dos empresários da educação. Ele aponta que é período de rematrícula, sendo, portanto, interessante para as escolas privadas manterem suas portas abertas, como forma de garantir maior número de matrículas, embora haja um processo virtual para isso. 

Antônio acredita ainda na preocupação por parte do empresariado quanto à migração de estudantes das escolas particulares para as públicas, pois muitos pais chegaram à conclusão de que não vale a pena pagar mensalidade para ter aula remota. Os professores destacam que não faz sentido o retorno das aulas presenciais diante da baixa quantidade de alunos que estão frequentando a escola, chegando a menos de 10 em um universo de 500 estudantes, como exemplifica Antônio. 

Além disso, afirma, o Conselho Estadual de Saúde recomendou a suspensão das aulas presenciais em todos municípios. Os professores também denunciam que, ao contrário do compromisso firmado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), não foram testados 100% dos profissionais da educação e dos estudantes. Antônio informa que foi feito inquérito sorológico, ou seja, testes realizados em uma amostragem da comunidade escolar. Aliada a isso, salienta, está a falta de transparência nos dados, que, segundo o professor, estão equivocados.

Ele explica que a Sesa está divulgando os dados de testes feitos como sendo uma porcentagem dentro do número total de profissionais da educação e de estudantes, quando, na verdade, é de um universo menor. O integrante do Educação pela Base defende a criação de um Painel Covid Educação, para possibilitar transparência dos dados. 

O coletivo Resistência e Luta Educação já afirmou que vai reivindicar ao Governo Renato Casagrande a criação desse painel, atualizado em tempo real com dados sobre pessoas afastadas, casos suspeitos e que testaram positivo nas escolas estaduais. O grupo também irá entrar com pedido na Defensoria Pública do Estado (DPES) e no Ministério Público do Espírito Santo (MPES), como aponta um de seus integrantes, o docente Swami Bérgamo. 

"As pessoas precisam saber desses dados. A ausência desse tipo de informação faz com que as pessoas não tenham dimensão do quadro real, dá uma falsa impressão de que está tudo bem", afirma. Outra reivindicação é a suspensão das aulas presenciais. Para ele, "o governo está se omitindo, tentando passar a imagem de que está controlando o vírus, mas não está".


Curva crescente

O 33º Mapa de Risco, que passou a valer nesta segunda-feira e vai até o próximo domingo (6)
, apresenta um salto de cinco para 35 no número de municípios em risco moderado, incluindo os cinco da região metropolitana.

Embora o governo ressalte curva crescente de casos, as restrições são poucas, resultados de modificações feitas pelo governo do Estado, estando basicamente relacionada a bares e restaurantes e a eventos sociais e corporativos. Os primeiros podem funcionar de segunda a sábado, até às 22h e, aos domingos, até às 16h. Já os eventos têm limitação máxima de 300, caso o distanciamento mínimo de 1,5m seja possível no espaço. As escolas permanecem liberadas para aulas presenciais.

Os municípios em risco moderado esta semana são:
 Água Doce do Norte, Águia Branca, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Conceição da Barra, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Ecoporanga, Fundão, Governador Lindenberg, Guarapari, Ibiraçu, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itapemirim, Linhares, Mantenópolis, Marilândia, Piúma ,Presidente Kennedy, São Domingos do Norte, São Roque do Canaã, Serra, Vargem Alta, Viana, Vila Valério, Vila Velha e Vitória.

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Comentários: 1

Anonimo em Terça, 01 Dezembro 2020 16:32

Esses professores são a cara da hipocrisia. Não querem trabalhar na pandemia mas sair de casa e passear, ir a shoppings, e bares eles querem. Cade a coerência?

Esses professores são a cara da hipocrisia. Não querem trabalhar na pandemia mas sair de casa e passear, ir a shoppings, e bares eles querem. Cade a coerência?
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