A Câmara de Vereadores de Itapemirim (litoral sul do Estado) aprovou nessa segunda-feira (10), por unanimidade, a abertura de uma comissão processante contra o prefeito Luciano de Paiva Alves, o Doutor Luciano (PSB). A votação foi alvo de polêmicas e parou até na Justiça. Apesar de o grupo formado por seis vereadores ter puxado a votação favorável às investigações, os trabalhos serão conduzidos por aliados do socialista. O prefeito é acusado de supostas irregularidades na contratação de shows no verão de 2013.
A comissão será composta pelos vereadores João Bechara Netto (PROS), Regina Viana de Souza (PSDB) e Vagnar Santos Negrine (PR). O Regimento Interno da Casa prevê que a comissão terá o prazo de 90 dias para apresentar um relatório sobre os fatos denunciados, que ocorreram em em novembro do ano passado. Caso as denúncias sejam consideradas procedentes, a Câmara pode votar pela cassação do prefeito, que nega todas as acusações.
A abertura das investigações é um novo episódio da disputa entre o prefeito e um grupo de vereadores que chegaram a rejeitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o Doutor Luciano no ano passado. Nos bastidores políticos, os vereadores Paulo Sérgio de Toledo, Jean Claude Alves da Costa (ambos do SDD), Leonardo Fraga Arantes (PHS), Luiz Gonzaga de Deus (PRP), Manfrini Delfino Amaral, Fabio Pereira dos Santos (ambos do PTB) figuram hoje como opositores do chefe do Executivo municipal.
A crise política no município chegou até o palácio Anchieta. No final de janeiro, um grupo de vereadores enviou uma carta ao governador Renato Casagrande, que é do mesmo partido do prefeito, relatando as suspeitas de corrupção em Itapemirim. Na última quinta-feira (6), o Ministério Público Especial de Contas (MPC) protocolou uma representação contra o Doutor Luciano pela utilização de verbas públicas para suposta publicidade pessoal com a veiculação de um caderno especial do município em jornal de grande circulação.